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Estado de Minas

Iniciado em Minas projeto inédito de distribuição de coleiras contra a leishmaniose

Montes Claros é a segunda do país a receber projeto-piloto inédito no mundo


postado em 21/08/2012 06:00 / atualizado em 21/08/2012 09:51

A deltramina a 4% contida na coleira é própria para matar o flebótomo, mosquito transmissor do mal(foto: Júlia Salce/Divulgação)
A deltramina a 4% contida na coleira é própria para matar o flebótomo, mosquito transmissor do mal (foto: Júlia Salce/Divulgação)

Começa hoje em Montes Claros (Norte de Minas) um trabalho que visa ao combate da leishmaniose visceral, doença também conhecida como calazar, com o uso de uma coleira à base da substância deltramina a 4%, que funciona como inseticida e repelente e protege os cães contra o transmissor da doença, o mosquito flebótomo. Montes Claros é a segunda cidade do país a ser beneficiada com o projeto piloto do Programa Federal de Controle da Leishmaniose Visceral, uma ação inédita no mundo, que englobará 12 municípios em sete estados brasileiros. O primeiro a receber o projeto foi Teresina.

Segundo o Ministério da Saúde, são registrados no Brasil cerca de 3,5 mil a 4 mil novos casos de leishmaniose visceral em humanos por ano, sendo que em torno de 200 pessoas morrem anualmente. No mundo, ocorrem, por ano, em torno de 500 mil novos casos humanos, com 59 mil óbitos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além de Minas e do Piauí, a ação inovadora contra o calazar chegará a municípios do Mato Grosso do Sul, Pará, Ceará, Maranhão e Tocantins. A cidade do Norte de Minas foi escolhida para o estudo por causa do grande número de cães com leishmaniose e por conta da gravidade da doença em humanos.

Segundo dados do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Montes Claros, de 2007 a 2011 foram confirmados 129 casos em humanos, com 10 óbitos. Entre 44.228 exames preventivos em cães na cidade, realizados no período de 2009 a 2011, foram diagnosticados 2.472 casos positivos do calazar – em todos os casos de confirmação da doença, é recomendado o sacrifício dos animais. Ainda de acordo com o CCZ, a cidade possui uma população de aproximadamente 60 mil cães e a estimativa de que 5% deles estejam contaminados com a enfermidade.

As coleiras com a substância usada contra o mosquito transmissor do calazar serão usadas em 6.206 cães em 16 bairros de Montes Claros. “Trata-se das áreas onde foi verifica maior prevalência dos casos humanos da leishmaniose visceral e também com maior número de cães doentes”, explica Marília Rocha, técnica referência do Programa Municipal de Controle da Leishmaniose, do CCZ de Montes Claros. Hoje, a equipe de 40 pessoas envolvidas no programa inédito do Ministério da Saúde vai trabalhar nos bairros Olga Benário e Vila Oliveira, para depois partir para outras áreas da cidade.

Os animais “encoleirados” serão acompanhados durante dois anos. Também será realizado o monitoramento dos casos em outros 16 bairros não incluídos no projeto, para efeitos de comparação. “Vamos avaliar a eficácia da coleira na redução de casos de calazar nos cães e em humanos, pois as estatísticas indicam que existe uma relação direta entre a quantidade de casos da doença na população canina e na população humana”, relata Marília Rocha. Ela explica que os técnicos vão fazer visitas de casa em casa para “encoleirar” os animais. A cada seis meses será feita a troca das coleiras. A proposta do Ministério da Saúde é, conforme os resultados dos testes, ampliar a distribuição gratuita das coleiras com a deltramina em áreas com maior incidência da leishmaniose visceral, como uma ação de saúde pública para diminuir a transmissão da doença.

Sem riscos

O gerente de Produtos da MSD Saúde Animal, Marco Castro, empresa responsável pela fabricação da coleira, explica que a substância fica impregnada na pele do animal, não oferecendo nenhum perigo para adultos ou crianças que tenham contato com o cachorro. “O produto não é tóxico nem para o animal nem para as pessoas”, assegura Castro. “A leishmaniose visceral é um problema de saúde pública. A coleira à base de deltametrina a 4 % repele e mata o mosquito transmissor e a conscientização do uso da coleira é fundamental para controlar a expansão da doença”, completa. O princípio ativo da deltramina repele e mata o mosquito flebótomo. O produto é indicado para o controle de moscas, carrapatos e pulgas.


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