As fortes chuvas que atingem o estado desde outubro do ano passado vem causando transtornos e caos nas rodovias mineiras. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), há interdição na manhã desta terça-feira nas principais estradas federais que cortam o estado. Na BR-040, no Km 617, em Congonhas, na Região Central do estado, e no Km 628, em Conselheiro Lafaiete, na mesma região, a pista ficou totalmente interditada nos dois sentidos.
Drama para quem pegou estrada após réveillon
Motoristas que passaram na segunda-feira pela BR-356, altura do km 84, em Ouro Preto, Região Central de Minas, foram surpreendidos por uma interrupção na viagem. Por causa do deslizamento de uma encosta, a pista ficou fechada desde as 22h do domingo, situação que continuava até a noite de ontem. Com a queda do barranco, provocada pela chuva incessante que cai na região, a opção para chegar à cidade foi usar o desvio por Ouro Branco, passando pela BR-040 e MG-443.
A rota alternativa, que aumentou a viagem em aproximadamente 30 quilômetros, só pôde ser usada, no entanto, até o início da tarde. Por volta das 13h, um deslizamento de terra deixou também a MG-443 interditada, próximo ao distrito de Itatiaia. Com a segunda interrupção, a opção para entrar ou sair de Ouro Preto acabou sendo a BR-381 – até São Gonçalo do Rio Abaixo – e depois a MG-129, via Barão de Cocais, Catas Altas e Mariana.
Na tentativa de liberar a passagem do carros que já haviam formado um engarrafamento de dois quilômetros na BR-356, uma operação pare e siga para 50 carros por vez chegou a ser feita por volta das 11h30 pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv). A medida, entretanto, não teve sucesso.
Máquinas e funcionários do Serviço de Limpeza Urbana da Prefeitura de Ouro Preto haviam trabalhado durante a manhã na desobstrução de meia pista, mas uma nova movimentação de terra foi constatada. Com isso, antes meio-dia, a rodovia estava novamente fechada. “Uma nova avaliação das condições do solo está marcada para amanhã (hoje) de manhã com diversos órgãos de segurança, engenheiros e geólogos para decidirmos qual medida deverá ser tomada para liberação da rodovia”, afirmou o coordenador de Defesa Civil de Ouro Preto, Roberto Antônio Gomes.
Paciência O fechamento da estrada exigiu paciência dos motoristas. Na volta para casa depois de passar o réveillon em Belo Horizonte, o taxista Alexandre Sabino, de 22 anos, foi um dos que ficaram parado na estrada. Ele seguia para Guaraciaba, na Zona da Mata, e era o primeiro motorista da fila de carros que foram beneficiados pelos poucos minutos em que a estrada foi liberada. “Devo atrasar a viagem em pelo menos duas horas”, disse.
O operário Maurício Rodrigues, de 31, que levava a amiga Roberta de Paula, de 29, para Ouro Preto, vindo do Distrito de Cacheira do Campo, também sofreu com a interdição. “Não sabia do fechamento. Prefiro esperar do que ter que voltar e passar por Ouro Branco”. Assim como Alexandre, ele também passou durante a operação pare e siga.