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Estado de Minas

Pessoas carentes da Grande BH aproveitam almoço de Natal no Restaurante Popular I

Ao todo, foram quatro toneladas de alimentos preparados, trabalho que começou sábado com 15 voluntários na cozinha


25/12/2011 16:08

Foram 50 cozinheiros voluntários dos próprios restaurantes populares da cidade deram um tempero especial à comida
Foram 50 cozinheiros voluntários dos próprios restaurantes populares da cidade deram um tempero especial à comida (foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
Pelo menos 5 mil pessoas passaram neste domingo pelo Restaurante Popular I, no Centro de Belo Horizonte, para o tradicional almoço do Natal sem Fome de BH, que completa 18 anos, sempre no 25 de dezembro. São pessoas carentes da capital e de várias cidades da região metropolitana que sempre comemoram o nascimento de Cristo com alimentação de qualidade e de graça, boa música e direito a presentes distribuídos por Papais e Mamães Noéis. Ao todo, foram quatro toneladas de alimentos preparados, trabalho que começou sábado com 15 voluntários na cozinha. Foram 50 cozinheiros voluntários dos próprios restaurantes populares da cidade deram um tempero especial à comida. Além deles, outros 150 voluntários trabalharam organizarando o atendimento ao público, carregando e recolhendo bandejas para idosos e crianças. A festa começou às 11h e a fila de pessoas deu voltas no quarteirão. As refeições foram servidas até as 14h30.

A desempregada Ana Paula Santos dos Reis, de 25 anos, se emocionou ao ver o filho Lucas se alimentando com gosto. “Ele faz tratamento de câncer e tem dias que ele não tem nem o que comer lá em casa”, disse a mãe, chorando, que também levou o filho Elias, de 1 ano. “Os dois não ganharam nenhum presente neste Natal. Minha esperança é que levem daqui”, completou a mãe.

O desejo de Ana Paula foi realizado. Segundo o Papai Noel Mário de Assis, presidente da Federação de Pais e Alunos das Escolas Públicas de Minas Gerais – voluntário na festa há 15 anos – foram arrecadados 7 mil brinquedos para serem distribuídos às crianças. “Ninguém sai daqui sem levar um ou dois brinquedos. Todos embrulhados com uma dosagem de amor muito grande”, disse. Mais de 3 mil peças de roupas também foram doadas e serão distribuídas em outra ocasião. Foram tantas crianças para abraçar que Mário precisou de ajuda de mais um Papai Noel e duas Mamães Noéis.
Adultos também se emocionaram. As amigas Maria Agripina de Souza, de 66, e Vanda Caídes, de 81, moradoras do Bairro Santa Cruz, Região Nordeste da capital, programaram o almoço de domingo há muito tempo. “É o segundo Natal que a gente almoça aqui no restaurante. A comida é ótima. A felicidade e a solidariedade das pessoas deixam a comida ainda mais gostosa. A música é ótima e volto para casa muito feliz. Alimentei até a alma”, disse Maria Agripina.

O jardineiro José Hilton Santos, de 27, acabou de almoçar e enfrentou fila para ganhar presente para os filhos Franciele, de 3, e Zerlandi, de 4. “A gente programa esse almoço há vários anos. Minha mulher veio também”, disse o jardineiro, que mora no Aglomerado do Cafezal, na Região Centro-Sul de BH. O vidraceiro Marcos Vinícius de Oliveira, de 30, foi do Bairro Bom Jesus, na Região Noroeste, com os filhos de 2 e 4 anos e também com três sobrinhos de 4, 8 e 12 anos. “Esse almoço já faz parte do nosso calendário”, disse. Paloma, de 8, disse que não deixaria sobrar nada no bandejão, pois a comida estava muito apetitosa.

Geane Cordeiro, de 18, moradora do Nova Cachoeirinha, Região Noroeste, fez malabarismo para almoçar e segurar ao mesmo tempo o filho de apenas 22 dias. “É o primeiro passeio dele depois que nasceu. E a festa está muito boa”, disse Geane, que ainda encontrou ânimo para enfrentar fila para ganhar presente para a filha mais velha, de 2. “A festa está maravilhosa”, disse.

 7 mil brinquedos foram arrecadados para serem distribuídos às crianças
7 mil brinquedos foram arrecadados para serem distribuídos às crianças (foto: Renato Weil/EM/D.A Press)


O gerente de coordenação dos cinco restaurantes populares de BH, Carlos Henrique Siqueira, conta que o cardápio foi especial. “Lombo suíno ao molho madeira, arroz branco com feijão enriquecido, salada, couve refogada, vinagrete, suco de morango e abacaxi como sobremesa”, disse Carlos Henrique. A animação musical também foi de voluntários. “Ficamos um mês cadastrando voluntários. São pessoas da comunidade que estão nos ajudando, pois ninguém faz uma festa desse tamanho sozinho”, acrescentou. “Fizemos um Natal bem enriquecido, do ponto de vista não só do alimento, nutricionalmente falando, mas enriquecido também de calor humano, solidariedade e fraternidade”, disse Carlos Henrique.

Violência

Este ano, o Papai Noel Mário de Assis aproveitou o almoço para defender a paz nas escolas. “Tivemos um ano muito difícil para as escolas mineiras, com professores e alunos assassinados. Não estamos longe de uma Realengo”, disse Mário de Assis, referindo-se ao massacre de 12 alunos em uma escola na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no início do ano.


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