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Estado de Minas

Gorila revela-se companheiro "controlador" no zoológico de Belo Horizonte

Idi Amin faz cara feia quando inglesas, recém-chegadas ao Brasil, saem da área de manejo. Trio vive em área reformada e visitantes cobram melhorias em outros pontos do zoológico


postado em 02/10/2011 07:52 / atualizado em 02/10/2011 08:01

 

A fêmea Kifta (esquerda), de 11 anos, se aventurou um pouco fora da jaula e foi reprimida pelo ex-solteirão, que a espreitava de perto(foto: Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A Press)
A fêmea Kifta (esquerda), de 11 anos, se aventurou um pouco fora da jaula e foi reprimida pelo ex-solteirão, que a espreitava de perto (foto: Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A Press)

Pelo visto, Idi Amin está apaixonado. O único gorila em cativeiro na América do Sul, que sempre gostou de se exibir, agora se esconde com as duas namoradas Kifta e Imbi. Na quinta-feira, as inglesas foram liberadas para circular pela jaula, mas, ainda tímidas e pouco adaptadas à nova casa, preferem passar a maior parte do dia dentro da área de manejo, no Jardim Zoológico de Belo Horizonte. Quando as gorilas resolvem dar o ar da graça, para o delírio do público, Idi Amin faz cara feia e elas voltam correndo para o esconderijo. Enquanto acompanham a lua de mel do trio, visitantes pedem mais investimento em outras áreas do zôo da capital.

A bióloga Vivian Teixeira Fraiha, da seção de mamíferos, diz que o processo de aproximação, por envolver um animal que viveu 27 anos sozinho, foi um sucesso. “A resposta do Idi sempre foi positiva, por isso tudo ocorreu rapidamente”, afirmou. Na segunda-feira, o gorila teve apenas contato visual com Kifta e Imbi. No dia seguinte, eles puderam se tocar por meio de uma grade e deu para observar que houve empatia. O macho demonstrou interesse, curiosidade e a interação fluiu naturalmente. Em três dias de convivência, toque de mãos, uma ajuda para coçar as costas e até abraço. Mas os visitantes precisam de sorte para ver um dos gestos de carinho.

“As fêmeas ainda preferem ficar dentro da área de manejo porque é muita novidade. Primeiro a viagem, depois o período de quarenta e agora vão viver em um espaço totalmente diferente da jaula na Inglaterra. Lá não tinha nada natural”, conta Vivian. A gerente financeiro Glaice Kelly Cardoso Henriques, de 40 anos, levou a família ao zoológico só para conhecer as namoradas do gorila. Quinze minutos depois de chegar ao Recanto do Idi, uma das fêmeas apareceu. “Gosto muito do Idi Amin e faço questão de acompanhar a história dele. É emocionante”, comentou. Os filhos, Marina, de 15, e Wagner, de 10, relatam que a gorila pegou uma laranja no chão, olhou para o macho, que estava no lado de fora, e se escondeu de novo. “Foi muito rápido”, lamentou o menino.

Quem teve sorte foi o advogado Milton Oliveira, de 64. Logo cedo, lá estava ele observando Idi Amin e contou, orgulhoso, que conseguiu registrar com sua câmera fotográfica o momento em que Kifta e Imbi saíram juntas da área de manejo. Assim que chegasse em casa, Milton enviaria a imagem para os netos que moram no Rio de Janeiro. “Fico satisfeito pelo gorila. Penso que se estivesse no lugar dele, há 27 anos sem ninguém, ia ficar emocionado. Quando reproduzir, então, vai ser uma maravilha”, comentou.

Aos 37 anos, Idi Amin está em idade reprodutiva, assim como as fêmeas Imbi e Kifta, de 11. Ou seja, não será surpresa se em breve o zoológico amanhecer com um filhote de gorila. “Ao trazer as inglesas para cá, o nosso objetivo era integrar um animal que vive em grupo na natureza. Mas se vier ‘neném’, será um ganho a mais”, disse a bióloga. Até porque a espécie Gorilla gorilla está em extinção.


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