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Estado de Minas MAIS UMA RELÍQUIA AMEAÇADA

Igreja que corre risco de desabar em Mariana poderá ser interditada

Igreja de São Francisco de Assis, construção do século 18, em Mariana, apresenta risco de desabamento do teto. Perito levará ao Ministério Público parecer defendendo a interdição


postado em 30/04/2011 07:00 / atualizado em 30/04/2011 07:01

Adriano Moreira diante da edificação, em 2009, quando houve fechamento determinado pela Justiça depois de laudo apontar problemas(foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS - 30/4/09)
Adriano Moreira diante da edificação, em 2009, quando houve fechamento determinado pela Justiça depois de laudo apontar problemas (foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS - 30/4/09)


Teto sob risco de desmoronamento e placas da construção se soltando viraram uma ameaça para a Igreja de São Francisco de Assis, datada de 1762, a segunda mais visitada de Mariana. Os problemas, considerados graves, põem em risco a segurança da edificação e da comunidade, conforme laudo do perito Adriano Rodolfo Martins Moreira, engenheiro de segurança do trabalho e professor do Instituto Federal de Minas Gerais (antigo Cefet) de Ouro Preto. O parecer, feito por conta própria, será entregue na segunda-feira ao promotor de Justiça da comarca, Antônio Carlos de Oliveira, para que sejam tomadas providências.

Há dois anos, a igreja foi fechada por determinação da Justiça em resposta à ação do Ministério Público Estadual (MPE) baseada num relatório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo tombamento da edificação. A liberação ocorreu em maio de 2009, quando um laudo de Adriano, na época a serviço da promotoria de Justiça, foi favorável à reabertura. “O caso se agravou muito e as condições estão péssimas. Partes do reboco estão caindo, o teto pode desmoronar e sabe-se de um sineiro que teria se machucado no interior da igreja”, conta o perito. Ele lembra ainda que um casarão ao lado também está em situação crítica, com risco de incêndio.

Adriano observa que na época da desinterdição do templo, localizado na Praça Minas Gerais, no Centro Histórico, deveria ter sido assinado um termo de ajustamento de conduta (TAC) entre o MPE e a Ordem Terceira Franciscana, à qual a igreja pertence. O objetivo seria garantir a segurança. Comunicado sobre o novo parecer pelo EM, o promotor Antônio Carlos adianta que o documento será avaliado e, se for pertinente, integrado à ação visando a nova decisão da Justiça. “O problema é realmente grave e nenhuma obra de conservação foi executada desde a interdição”, afirma Antônio Carlos.

Segunda igreja mais visitada da cidade – a primeira é a Catedral da Sé –, a Igreja de São Francisco de Assis, na Praça Minas Gerais, tem um museu e obras do Mestre Athaíde, que está sepultado no local. A igreja é ricamente decorada, tem retábulos, púlpitos e forros com pintura decorativa e douramentos. O ministro da irmandade franciscana, José Geraldo Gamarano, disse nessa sexta-feira que o titular da paróquia, padre Nédson, tem conhecimento dos problemas. “O estado da Igreja de São Francisco não é único em Mariana. Ela precisa de uma restauração completa. Mas não é verdade que um sineiro tenha se machucado aqui dentro”, contesta Gamarano.

Sem restauro

De acordo com o Iphan, as únicas igrejas de Mariana incluídas para restauração no orçamento de 2011 são a Sé e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Santa Rita Durão, ambas do século 18. Em 2009, o parecer do Iphan mostrou que a construção vinha se deslocando com o passar do tempo, o que já ocorria quando houve uma reforma em 1998 e 1999, embora o problema não tivesse sido resolvido. Conforme documento redigido logo em seguida a uma vistoria, uma grave deformação atingiu as paredes, principalmente na nave, com tendência de rotação do edifício esquerdo. A estrutura de madeira está comprometida por umidade e cupins e há trincas nas paredes.


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