Ciências e tecnologia

Inédito: pesquisadores de Harvard darão aulas em BH na próxima semana

Projeto Clube das Ciências visa aumentar o acesso do estudante ao ensino de ciências e empreendedorismo de alta qualidade por meio de oficinas e mentorias gratuitas


Doizum/Divulgação
O Brasil receberá, pela primeira vez, o Clube de Ciências (CdeC), programa desenvolvido por pesquisadores latino-americanos da Universidade de Harvard, em Massachusetts, nos Estados Unidos. O CdeC desembarca em Belo Horizonte na semana que vem e será realizado entre os dias 17 e 22, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A iniciativa deu-se em 2014, por doutorandos mexicanos de Harvard. Visa expandir o acesso ao ensino de ciências e empreendedorismo de alta qualidade, e desenvolver esse interesse científico nos jovens por meio de oficinas e mentorias gratuitas, feitas pelos próprios pesquisadores da universidade. Em um ano, o clube desembarcou na Colômbia e na Bolívia, treinando aproximadamente 4.500 estudantes. Com o intuito de expandir ainda mais e trazê-lo para o Brasil, pesquisadores brasileiros de Harvard chegam à capital mineira para a primeira edição do projeto em solo brasileiro, que contará com 80 estudantes dos dois últimos anos do ensino médio, da rede pública e privada, e dos dois primeiros anos de graduação. Os alunos se dividirão em quatro clubes, com 20 participantes cada, e serão orientados para se tornar grandes cientistas e inovadores, além de estimulados a desenvolver o pensamento crítico e a criatividade.

A iniciativa de trazer a primeira edição do CdeC Brasil para a UFMG foi de David Soeiro, doutor com experiência profissional na Escola de Saúde Pública de Harvard (Lemann Fellow) e na Organização Mundial da Saúde. “Trazer a proposta ao Brasil pela primeira vez, especialmente para Belo Horizonte, foi um grande desafio. Sabíamos do cenário de inovação e empreendedorismo em que a cidade está inserida, além do fato de a UFMG (nossa sede) já ter tradicionalmente um acúmulo importante nesse debate, e com pesquisadores de ponta com experiência e cooperação internacional fortemente estabelecida. Seria preciso trazer algo realmente inovador nesse campo de ensino de ciências e sua divulgação/popularização.”

ESTÍMULO As quatro oficinas abordarão os temas Células-tronco e edição genômica; Visualizando o sistema imune em ação; Combatendo epidemias, e Inovação e empreendedorismo científico. As três primeiras colocam o aluno em contato com a biologia, abordando assuntos como engenharia genética, células-tronco, sistema imune de diferentes organismos e estudos epidemiológicos para discutir os diferentes problemas de saúde no país. Já a oficina de inovação e empreendedorismo abordará meios de transformar a ciência em inovação e os aspectos legais de como proteger a invenção de patentes e marcas. “Nossa proposta é estimular a capacidade desses jovens a pensar problemas reais na sociedade atual e instigar suas capacidades investigativas, considerando evidências científicas como meio de inovar e empreender, seja em pensar em um novo produto que o mercado necessite ou uma intervenção social que melhore alguma política pública. Nosso jovem (seja no ensino médio ou graduação) precisa ser cada vez mais estimulado a pensar a ciência como meio de transformação social e de um caminho real para o desenvolvimento do país”, completa David

O consulado da Índia em Minas Gerais foi o responsável pela vinda do projeto a Belo Horizonte. Além das oficinas, o evento busca abrir caminhos para os futuros cientistas, mostrando a eles que é possível fazer ciência de ponta no Brasil.

* Estagiário sob a supervisão da subeditora Elizabeth Colares

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