Programa BloomBTech conecta incubadoras de Minas e orienta estruturação de negócios

Mais de 100 empresas mineiras de tecnologia participaram do Programa de Desenvolvimento Estratégico de Empresas Incubadas, promovido pelo Sebrae Minas em parceria com a Rede Mineira de Inovação (RMI), governo de Minas e a organização Wylinka


Arlindo Silvério havia perdido o cunhado quando, no Facebook, viu um amigo compartilhar uma foto junto do parente lamentando a morte dele. Entre os comentários da imagem, um homem chamava o autor da fotografia para beber e jogar papo fora. Ao ver o luto ser desrespeitado, Arlindo, que é empresário, teve a ideia de criar um espaço virtual em que os usuários pudessem homenagear falecidos, listar os gostos e preferências que o ente querido tinha e excluir qualquer conteúdo que desrespeitasse o momento da despedida. Foi assim que, em 2013, ele criou o Cemitério Eterno. O empreendimento, já incubado, participou do Bloom Business Technology, programa cuja proposta é fortalecer as empresas incubadas por meio da análise de competências técnicas, gestão e mercados, além do planejamento de ações que resultem no desenvolvimento do negócio. “O Bloom foi a confirmação de que minha estrutura está boa e os caminhos estão corretos tecnicamente”, diz o empreendedor.

Mais de 100 empresas mineiras de tecnologia participaram do Programa de Desenvolvimento Estratégico de Empresas Incubadas, promovido pelo Sebrae Minas em parceria com a Rede Mineira de Inovação (RMI), governo de Minas e a organização Wylinka. Presente pela primeira vez no estado, o Bloom Business Technology, também chamado de BloomBTech, permitiu uma melhor composição estratégica de cada negócio, entendimento das suas potencialidades, reflexões sobre o mercado e fortalecimento dos processos de gestão. Entre 2015 e 2016, além do Cemitério Eterno, empresas de 17 incubadoras de diversas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Triângulo Mineiro, Sul e Sudeste de Minas e da região do Campo das Vertentes participaram do programa.

“O trabalho foi realizado em quatro fases. A primeira, Diagnósticos, reuniu todas as equipes para apresentar o programa e levantar informações para análise de cada empresa. Depois da análise, outra reunião foi feita para entregar os resultados do diagnóstico”, explica Andrea Furtado, analista da Unidade de Inovação e Sustentabilidade do Sebrae Minas. As demais fases são Diligências da Inovação, Definição de Estratégias e Acompanhamento da Implementação de Ações. “A fase quatro acompanha a implementação do plano de ação produzido nas etapas anteriores e sana dúvidas e demandas provenientes dos empreendedores em sua atuação, além de indicar ferramentas, metodologias, contatos e outros suportes que auxiliem na execução dos planos”, diz a especialista.

O BloomBTech resultou em mais de 440 horas de workshops, com mais de 250 participantes envolvidos em mais de 20 metodologias diferentes, entre elas, modelo de negócios, business model Canvas, lean startup, precificação e investimentos. A primeira edição do programa já foi encerrada, mas Andrea revela que a ideia é que cada incubadora implemente o BloomBTech. “A avaliação do programa foi ótima, o que permitirá aos parceiros análises mais amplas sobre o nível de desenvolvimento das empresas incubadas por região, seus enfoques de mercado, os principais desafios de desenvolvimento, entre outras informações relevantes que auxiliem o Estado a planejar e promover outros futuros programas de apoio e incentivo para a expansão dos negócios.”

E o momento é ideal para isso e a tendência é o aperfeiçoamento, pois será possível entender as condições e características das empresas incubadas. “Futuramente, poderão ser viáveis novos diagnósticos que avaliem o ritmo de crescimento e a performance das empresas com base nos incentivos que recebem da incubadora e dos demais agentes de fomento ao empreendedorismo e inovação do estado de Minas Gerais”, estima a analista do Sebrae.

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