Rota do Café remonta à história da produção da cultura que já foi o principal item de exportação do país  -  (crédito: Freepik)

Rota do Café remonta à história da produção da cultura que já foi o principal item de exportação do país

crédito: Freepik


A ‘Rota do Café’ tornou-se, na sexta-feira, o 14º ponto do Brasil a receber o título de Monumento Nacional. Em publicação no “Diário Oficial da União” (DOU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei14.718/2023 que confere a honraria ao caminho percorrido pela produção cafeeira das fazendas em Minas Gerais até o escoamento no porto de Santos, no litoral paulista.

O trajeto corta parte do território de Minas Gerais começando no Alto Paranaíba e percorrendo 50 municípios até o Sul do estado, onde cruza a divisa com São Paulo até a capital e, depois, Santos. Além da relevância comercial atual do caminho, a Rota do Café remonta à história da produção da cultura que já foi o principal item de exportação do país e materializou a hegemonia mineira e paulista na política nacional na República Velha. Símbolo do período em que São Paulo e Minas Gerais se alternavam na Presidência da República, na política do ‘Café com leite’, o café segue sendo uma produção de relevância cultural e econômica. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), no ano passado, o Brasil exportou mais de 39 milhões de sacas de 60 quilos do grão. O mercado interno também é aquecido, sendo o brasileiro o segundo maior consumidor do alimento no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

A Rota do Café abrange uma longa área que se estende de cidades como Patos de Minas, no Alto Paranaíba, passa por Araxá, Arcos e Formiga até chegar ao Sul de Minas em municípios de grande produção cafeeira como Varginha e Três Corações. Quando chega a São Paulo, o caminho compreende o trajeto até a capital pela BR-381 e, depois, até Santos pela SP-150. Esta é a 14ª inclusão na lista dos monumentos nacionais, formada por pontos como as cidades de Porto Seguro, na Bahia, e Olinda, em Pernambuco. Em Minas Gerais, Ouro Preto e Mariana já têm esse título e a Estrada Real, percurso utilizado pela Coroa Portuguesa para escoar o ouro mineiro até o Rio de Janeiro entrou no grupo em outubro após o presidente Lula sancionar a Lei 14.698/2023.

Em entrevista ao Estado de Minas, o deputado Diego Andrade (PSD-MG), autor do projeto de lei sancionado por Lula, comemorou a aprovação e explicou o objetivo do texto apresentado na Câmara dos Deputados. “A gente vê o caminho de Santiago de Compostela, a Rota do Vinho no Rio Grande do Sul, até mesmo a Estrada Real e precisávamos de algo parecido para o café. Nós temos fazendas centenárias, uma cultura forte, a melhor culinária do Brasil, mas não conseguia demonstrar de forma adequada. Quem conhece a região cafeeira fica encantado, mas isso não era difundido”, afirmou Andrade.

O parlamentar ainda destacou que a sanção ao projeto não encerra os trabalhos para tornar a região mais atrativa a investimentos, inclusive, na área do turismo. ”A partir desta nomeação, vamos tentar mais políticas públicas, trabalhar com as rodovias que cortam o estado, vamos lutar para conseguir investimento nesse sentido. O café é o segundo produto mais forte de Minas Gerais depois do minério”.

A necessidade de que o investimento na região não pare na nomeação como Monumento Nacional é compartilhada pelos produtores. É o caso de Isaura Maria de Resende, proprietária da Fazenda Pedra Negra, em Três Pontas, uma das 50 cidades no trajeto da Rota do Café. Ela comemorou a decisão, mas ainda alimenta algum ceticismo. “É muito bem-vindo, porque eu pelejo com isso há 30 anos e nunca vi realmente um comprometimento governamental. A nossa fazenda é de 1915 e meu trabalho sempre foi mais voltado na conservação, na preservação da história porque eu nasci aqui, minha família nasceu aqui”, destacou à reportagem.

 

A ‘Rota do Café’ tornou-se, na sexta-feira, o 14º ponto do Brasil a receber o título de Monumento Nacional. Em publicação no “Diário Oficial da União” (DOU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei14.718/2023 que confere a honraria ao caminho percorrido pela produção cafeeira das fazendas em Minas Gerais até o  escoamento no porto de Santos, no litoral paulista.

O trajeto corta parte do território de Minas Gerais começando no Alto Paranaíba e percorrendo 50 municípios até o Sul do estado, onde cruza a divisa com São Paulo até a capital e, depois, Santos. Além da relevância comercial atual do caminho, a Rota do Café remonta à história da produção da cultura que já foi o principal item de exportação do país e materializou a hegemonia mineira e paulista na política nacional na República Velha. Símbolo do período em que São Paulo e Minas Gerais se alternavam na Presidência da República, na política do ‘Café com leite’, o café segue sendo uma produção de relevância cultural e econômica. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), no ano passado, o Brasil exportou mais de 39 milhões de sacas de 60 quilos do grão. O mercado interno também é aquecido, sendo o brasileiro o segundo maior consumidor do alimento no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

A Rota do Café abrange uma longa área que se estende de cidades como Patos de Minas, no Alto Paranaíba, passa por Araxá, Arcos e Formiga até chegar ao Sul de Minas em municípios de grande produção cafeeira como Varginha e Três Corações. Quando chega a São Paulo, o caminho compreende o trajeto até a capital pela BR-381 e,  depois, até Santos pela SP-150. Esta é a 14ª inclusão na lista dos monumentos nacionais, formada por pontos como as cidades de Porto Seguro, na Bahia, e Olinda, em Pernambuco. Em Minas Gerais, Ouro Preto e Mariana já têm esse título e a Estrada Real, percurso utilizado pela Coroa Portuguesa para escoar o ouro mineiro até o Rio de Janeiro entrou no grupo em outubro após o presidente Lula sancionar a Lei 14.698/2023.

Em entrevista ao Estado de Minas, o deputado Diego Andrade (PSD-MG), autor do projeto de lei sancionado por Lula, comemorou a aprovação e explicou o objetivo do texto apresentado na Câmara dos Deputados. “A gente vê o caminho de Santiago de Compostela, a Rota do Vinho no Rio Grande do Sul, até mesmo a Estrada Real e precisávamos de algo parecido para o café. Nós temos fazendas centenárias, uma cultura forte, a melhor culinária do Brasil, mas não conseguia demonstrar de forma adequada. Quem conhece a região cafeeira fica encantado, mas isso não era difundido”, afirmou Andrade.

O parlamentar ainda destacou que a sanção ao projeto não encerra os trabalhos para tornar a região mais atrativa a investimentos, inclusive, na área do turismo. ”A partir desta nomeação, vamos tentar mais políticas públicas, trabalhar com as rodovias que cortam o estado, vamos lutar para conseguir investimento nesse sentido. O café é o segundo produto mais forte de Minas Gerais depois do minério”.

A necessidade de que o investimento na região não pare na nomeação como Monumento Nacional é compartilhada pelos produtores. É o caso de Isaura Maria de Resende, proprietária da Fazenda Pedra Negra, em Três Pontas, uma das 50 cidades no trajeto da Rota do Café. Ela comemorou a decisão, mas ainda alimenta algum ceticismo. “É muito bem-vindo, porque eu pelejo com isso há 30 anos e nunca vi realmente um comprometimento governamental. A nossa fazenda é de 1915 e meu trabalho sempre foi mais voltado na conservação, na preservação da história porque eu nasci aqui, minha família nasceu aqui”, destacou à reportagem.