A recente prisão de um fazendeiro em Minas Gerais, suspeito de receptar 22 novilhas furtadas, joga luz sobre uma questão que vai além das páginas policiais: a origem da carne que chega à mesa dos brasileiros. Saber de onde vem o produto não é apenas uma questão de preferência, mas um fator crucial para a segurança alimentar, a economia e a sustentabilidade.
Quando um corte de carne não tem procedência clara, o consumidor fica exposto a diversos riscos. Produtos de origem clandestina, como os que podem vir de animais furtados, não passam pelos rigorosos controles sanitários exigidos pela legislação. Isso significa que podem carregar doenças, contaminações e resíduos de medicamentos, representando um perigo direto à saúde.
A rastreabilidade do gado é a principal ferramenta para garantir um consumo seguro. Ela funciona como uma carteira de identidade do animal, registrando informações desde o nascimento, passando pela criação e vacinação, até o abate. Esse controle assegura que o bife no seu prato veio de um rebanho saudável e de uma propriedade que segue as boas práticas agropecuárias.
Além da segurança, a origem da carne está diretamente ligada a questões ambientais. O rastreamento permite verificar se o gado foi criado em áreas de desmatamento ilegal na Amazônia ou em outros biomas protegidos. Optar por produtos de fontes responsáveis ajuda a combater crimes ambientais e a promover uma pecuária mais sustentável.
Como fazer escolhas mais conscientes
Na prática, o consumidor tem um papel ativo nesse processo. Algumas atitudes simples no momento da compra podem fazer grande diferença e garantir mais segurança e qualidade. Observar os selos de inspeção na embalagem é o primeiro passo.
Existem três tipos principais de selos no Brasil:
SIF (Serviço de Inspeção Federal): garante que o produto pode ser vendido em todo o território nacional e até exportado. É o selo de maior abrangência.
SIE (Serviço de Inspeção Estadual): permite a comercialização do produto apenas dentro do estado onde foi produzido.
SIM (Serviço de Inspeção Municipal): autoriza a venda exclusivamente no município de origem.
Desconfie de carnes vendidas sem embalagem, sem etiqueta ou com preço muito abaixo do mercado. Converse com o açougueiro, pergunte sobre a procedência e dê preferência a estabelecimentos de confiança que possam informar sobre seus fornecedores. Escolher marcas que destacam seus programas de rastreabilidade também é uma forma de apoiar a produção responsável e proteger sua saúde.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.
