A comida mineira, por muito tempo um segredo guardado nas cozinhas de família, conquistou de vez os restaurantes de Belo Horizonte. Pratos que antes eram sinônimo de almoço de domingo na casa da avó hoje são as estrelas dos cardápios mais celebrados da capital, refletindo uma valorização da cultura local.

Essa transição transformou a gastronomia regional em um pilar cultural e econômico, atraindo moradores e turistas em busca do autêntico sabor de Minas Gerais. O movimento resgata receitas e técnicas tradicionais, adaptando-as para um novo público sem perder a essência do tempero caseiro.

Conheça sete receitas clássicas que fizeram essa jornada do fogão a lenha doméstico para a mesa dos bares e restaurantes, tornando-se símbolos da identidade mineira.

Clássicos que deixaram as casas e ganharam os cardápios

  • Feijão tropeiro: um dos pratos mais emblemáticos da região Sudeste, sua origem remonta aos tropeiros que transportavam mercadorias entre Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Embora seja um prato de origem disputada, tornou-se um símbolo da culinária mineira. A receita reúne feijão cozido, farinha de mandioca, torresmo, linguiça, ovos e couve, resultando em uma mistura rica e saborosa que hoje é indispensável em qualquer restaurante típico.

  • Costelinha com ora-pro-nóbis: a combinação une a suculenta costelinha de porco, cozida lentamente, com a ora-pro-nóbis, uma planta rústica e nutritiva muito presente nos quintais mineiros. O prato representa a cozinha de fazenda e o aproveitamento de ingredientes locais, ganhando versões refinadas nos cardápios da cidade.

  • Frango com quiabo: símbolo do comfort food mineiro, este ensopado de frango cozido com quiabo e temperos frescos é uma herança afetiva. A simplicidade dos ingredientes esconde uma complexidade de sabores que os chefs de BH exploram, mantendo a base tradicional que remete à comida de mãe.

  • Vaca atolada: o nome curioso descreve perfeitamente o prato: pedaços de costela bovina cozidos lentamente com mandioca até que a carne fique desmanchando e o caldo, cremoso. É uma receita robusta, ideal para dias mais frios, que saiu das panelas caseiras para se tornar um sucesso nos restaurantes.

  • Tutu à mineira: diferente do tropeiro, o tutu é um purê aveludado feito com feijão cozido e batido com farinha de mandioca. Geralmente servido com lombo de porco, couve refogada e ovo frito, é um exemplo de como ingredientes simples podem criar uma refeição completa e sofisticada.

  • Bambá de couve: este caldo, que mistura couve finamente picada, fubá e pedaços de linguiça ou costelinha, é uma receita antiga e menos conhecida fora do estado. Restaurantes em Belo Horizonte têm resgatado o prato, apresentando sua textura única e sabor marcante a um público mais amplo.

  • Galinhada: prato de panela única, a galinhada mineira é feita com arroz e pedaços de frango cozidos juntos, recebendo a cor amarela característica do açafrão-da-terra. Originalmente uma refeição para grandes reuniões familiares, tornou-se um clássico dos almoços de fim de semana na capital.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

compartilhe