Protestos recentes em Mallorca, na Espanha, realizados em junho de 2025, trouxeram à tona um debate global sobre os limites do turismo. O fenômeno, conhecido como overtourism ou turismo excessivo, acontece quando o grande número de visitantes em um destino começa a prejudicar a qualidade de vida dos moradores, a infraestrutura local e o meio ambiente.

O conceito vai além de praias lotadas ou filas em pontos turísticos. Ele descreve um ponto de saturação em que a indústria do turismo, que deveria ser benéfica, se torna uma fonte de tensão social e degradação ambiental. Cidades como Veneza, Barcelona e Amsterdã também enfrentam desafios semelhantes, mas a situação em ilhas como Mallorca é ainda mais crítica. Apenas em 2024, a ilha recebeu mais de 15 milhões de visitantes, sobrecarregando seus recursos limitados.

Quais são os principais impactos?

O excesso de turistas gera uma cadeia de problemas que afetam diretamente o cotidiano de quem vive nesses locais. As consequências mais visíveis se manifestam em diferentes áreas, criando um cenário de insustentabilidade a longo prazo.

Os principais efeitos negativos incluem:

  • Crise imobiliária: a proliferação de aluguéis de curta duração, como os anunciados em plataformas online, inflaciona os preços dos imóveis. Isso torna a moradia inacessível para os residentes, que são expulsos dos centros urbanos para dar lugar a acomodações turísticas.

  • Pressão sobre os recursos naturais: o consumo de água e a produção de lixo disparam durante a alta temporada. Em uma ilha como Mallorca, onde a água é um recurso escasso, a demanda extra coloca em risco o abastecimento para a população local e para a agricultura.

  • Degradação ambiental: ecossistemas frágeis, como praias e áreas de preservação, sofrem com a superlotação e o descarte inadequado de resíduos. A poluição sonora e visual também altera a paisagem e a tranquilidade dos bairros.

  • Saturação da infraestrutura: estradas, transporte público, saneamento básico e serviços de saúde ficam sobrecarregados. O que foi projetado para uma população fixa não consegue atender a uma demanda que, em alguns meses, chega a dobrar ou triplicar.

Em resposta, movimentos civis organizam manifestações exigindo que as autoridades imponham limites ao número de voos, restrinjam a compra de imóveis por estrangeiros e fiscalizem com mais rigor os aluguéis ilegais. A busca é por um modelo de turismo que seja economicamente viável sem sacrificar o bem-estar dos moradores e a preservação do destino para as futuras gerações.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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