No universo digital, existe uma espécie de “buraco negro” de informações conhecido como 'dark data'. Trata-se de todo o volume de dados que organizações, de empresas a governos, coletam durante suas atividades diárias, mas que nunca são utilizados para qualquer finalidade analítica ou estratégica. São informações que ficam armazenadas, muitas vezes esquecidas, em servidores e sistemas.
Esses dados incluem uma variedade imensa de conteúdo, como e-mails antigos, registros de servidores, arquivos de chats, vídeos de segurança e anotações de reuniões. A principal razão para não serem analisados é que, em sua maioria, não estão organizados de forma estruturada, o que torna o processamento caro e complexo com as ferramentas tradicionais.
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O resultado é que um volume gigantesco de informações, que segundo estimativas como as da Carnegie Mellon University pode representar até 90% do universo de dados de uma organização, permanece completamente invisível. Embora pareçam inofensivos, esses dados esquecidos representam tanto riscos significativos quanto oportunidades valiosas.
Quais os riscos do 'dark data'?
Manter dados sem gerenciamento adequado cria uma série de vulnerabilidades. A primeira e mais óbvia é a segurança. Esses arquivos esquecidos muitas vezes contêm informações sensíveis e, por não estarem no radar da equipe de segurança, se tornam um alvo fácil para ataques cibernéticos e vazamentos.
Outro ponto crítico é a conformidade com a legislação. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), por exemplo, exige que as empresas saibam exatamente quais dados pessoais armazenam e com qual finalidade. O 'dark data' torna essa tarefa quase impossível, expondo a organização a multas pesadas. Além disso, há o custo de armazenamento, que, embora tenha diminuído, ainda representa uma despesa desnecessária.
Oportunidades escondidas nos dados
Por outro lado, essas informações podem esconder verdadeiros tesouros. Ao analisar o 'dark data', uma empresa pode descobrir padrões de comportamento de clientes que não eram aparentes, identificar gargalos em seus processos internos ou até mesmo encontrar ideias para novos produtos e serviços. É um campo fértil para obter uma vantagem competitiva.
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O desafio está em encontrar maneiras eficientes e econômicas de iluminar esses dados. Com o avanço de tecnologias como inteligência artificial e aprendizado de máquina, a análise de dados não estruturados está se tornando mais acessível, permitindo que as organizações finalmente comecem a explorar esse universo de informações antes inacessível.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.
