Você está prestes a sair às ruas para a caminhada diária de seu cão e nota algumas nuvens suspeitas. Então, você abre o aplicativo de previsão do tempo para conferir e vê que há uma “chance de 15% de chuva”. É essa probabilidade que paira e te convence a levar um guarda-chuva.

Quando se trata de HIV, 5,9 milhões de pessoas são positivas, mas não sabem disso. Essa quantidade é equivalente à população do estado do Maranhão. Voltando para a metáfora, elas não sabem qual a chance de chover em sua região, então a decisão de levar um guarda-chuva não é a primeira coisa que lhes vêm à cabeça.

Atualmente, 38,4 milhões de pessoas no mundo têm HIV. Mas para essas 5,9 milhões, ou 15%, que não sabem que estão vivendo com o vírus, é importante conhecer seus resultados para receber os recursos e o tratamento que precisam para proteger a si mesmas e aos outros.

A importância dos testes

Quando uma pessoa é diagnosticada com HIV, ela pode receber terapia antirretroviral. Até o fim de 2021, quase 30 milhões de pessoas com HIV tiveram acesso a esse tratamento vital. Mas quem não conhece o próprio estado sorológico pode espalhar o vírus sem ter consciência disso, dando continuidade ao ciclo de infecções.

Durante a pandemia de Covid-19, houve uma redução de 22% nos testes de HIV no mundo.

Os testes continuam sendo a primeira etapa para eliminar o HIV/AIDS como uma ameaça à saúde pública e são a conexão com o tratamento, que permite que as pessoas continuem vivendo suas vidas mesmo caso seu teste seja positivo. 

Testes realizados em casa para preencher a lacuna

Em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou os autotestes como um modo fácil e eficaz de atingir pessoas que, em outras circunstâncias, não teriam sido testadas. Isso inclui grupos vulneráveis, que teriam baixa probabilidade de obter o atendimento médico necessário.

Estudos mostraram repetidamente que os autotestes de HIV aumentam a probabilidade de pessoas serem testadas.

  • Um estudo, realizado África do Sul com homens que têm relações sexuais com homens, revelou um aumento de 47% nos testes semestrais de HIV, quando utilizados autotestes.
  • Outro estudo, baseado em centros de saúde observou que pessoas que utilizaram autotestes apresentaram probabilidade oito vezes maior de realizar testes periódicos de HIV do que pessoas que tiveram acesso apenas a ambientes clínicos.

“Oferecer às pessoas a possibilidade de se testarem de forma confiável e conveniente na privacidade de suas casas, obtendo resultados em 15-20 minutos, as empodera com informações de saúde para evitar novas transmissões do vírus”, comenta Gavin Cloherty, chefe de pesquisa de doenças infecciosas da divisão de Diagnósticos da Abbott. “Isso também traz mais pessoas para o sistema de saúde, onde poderão ser tratadas e receber apoio”, destaca.

Testes confiáveis, que podem ser utilizados em qualquer ambiente, ajudam as pessoas a conhecer sua sorologia de HIV sem enfrentar discriminação ou estigma. Com os resultados do teste em mãos, podem falar com profissionais da saúde que poderão encaminhá-las ao tratamento que, de outro modo, talvez não viessem a receber.

A caminho do fim da AIDS

Estima-se que 28 milhões de infecções por HIV no mundo poderiam ser evitadas se as "metas 95-95-95", estabelecidas pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), forem atingidas. Essa é a meta em que se prevê que, até 2030:

  • 95% das pessoas que vivem com HIV conheçam sua sorologia
  • 95% das pessoas que conhecem sua sorologia esteja recebendo tratamento
  • 95% das pessoas em tratamento para HIV apresentem carga viral suprimida

Para atingir essas metas, testes que possam ser utilizados facilmente por qualquer pessoa se mostram importantes. Assim, especialistas em saúde pública consigam entender de que forma o vírus está afetando as comunidades no momento, além de ajudar a dar a essas pessoas o tratamento adequado.

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