É importante adotar alguns cuidados, pois a perda auditiva e sintomas relacionados podem se instalar após uma única exposição ao som alto, dependendo da susceptibilidade do paciente -  (crédito: Freepik)

É importante adotar alguns cuidados, pois a perda auditiva e sintomas relacionados podem se instalar após uma única exposição ao som alto, dependendo da susceptibilidade do paciente

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O Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído é uma campanha global, voluntária e sem fins lucrativos. Fundada em 1996, pela entidade Center for Hearing and Communication, seu objetivo principal é aumentar a conscientização sobre os efeitos prejudiciais do ruído na saúde e no bem-estar das pessoas e acontece anualmente na última quarta-feira do mês de abril.

A campanha, a qual visa educar a população em larga escala, por meio de cartazes, atividades e divulgação, alerta, principalmente, para os perigos do ruído. Sendo que a perda auditiva, consequência mais comum, é mais usual em pessoas que se expõem frequentemente a ruídos altos, como trabalhadores da construção civil e músicos.

“É importante adotar alguns cuidados, pois a perda auditiva e sintomas relacionados podem se instalar após uma única exposição ao som alto, dependendo da susceptibilidade do paciente. Isso é o que chamamos de trauma acústico, um problema muito mais comum do que as pessoas imaginam”, destaca a otoneurologista Nathália Prudencio, otorrinolaringologista especialista em tontura e zumbido.

Segundo o INAD, o ruído excessivo tem consequências negativas tanto para a saúde física quanto mental, sendo necessário proteger a audição das pessoas e promover ambientes mais silenciosos. Além disso, o ruído é uma forma de poluição sonora ambiental muitas vezes subestimada, causando estresse, distúrbios do sono e até problemas cardiovasculares.

“O ruído é invisível, mas os incômodos são muito perceptíveis”, relata Marco Aurélio de Paula, engenheiro acústico e fundador da GRM Acústica. “Há vários tipos de ruídos, como de carros, pessoas, animais e outras fontes de barulho próximas, que afetam, em especial, aqueles que moram e trabalham em grandes cidades", enfatiza. 

                                                         

Garoto de vista frontal com problemas de audição

'O ruído é invisível, mas os incômodos são muito perceptíveis', relata Marco Aurélio

Arquivo Pessoal

Como forma de contornar o problema, um engenheiro acústico pode fazer medições específicas, como avaliação acústica, de vibrações, ou mesmo um mapa de ruídos como foram de controlar os espaços sem ruído. O trabalho é muito comum em consultórios médicos, psicólogos, advogados e mesmo empresas que tratam com temas confidenciais.

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"O profissional também faz o trabalho de consultoria, que traz apoio técnico tanto na parte operacional, em projetos, especificações, fiscalização e execução de obras, quanto na jurídica, e mesmo para obtenção de certificados”, aconselha Marco.

Para prevenir danos à audição, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda evitar ruídos acima de 85 decibéis, mas esse limite pode ser menor para pessoas com algum tipo de sensibilidade ou problema auditivo. Estimativas da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial apontam que o barulho em shows e festivais pode chegar aos 120 decibéis para quem está próximo das caixas de som, um nível de ruído próximo ao de uma turbina de avião.

“O limite de exposição considerado seguro para sons de 85 decibéis é de 8 horas diárias. Para sons de 110 decibéis, a orientação é não ultrapassar 30 minutos e, para sons de 120 decibéis, apenas 15 minutos”, explica Nathália.