A notícia sobre a cura do menino belga Lucas Jemeljanova, de 13 anos, diagnosticado com um câncer raro e agressivo, glioma intrínseco difuso (DIPG), aos seis anos, reforçou a esperança e a fé dos pais da menina Maria Flor, 6 anos. A família de Maricá, no estado do Rio de Janeiro, luta desde outubro de 2022, quando ela foi diagnosticada com o mesmo tipo de câncer, pelos profissionais do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IECPN).



Em entrevista ao Correio, Juliana Dantas, mãe da menina, contou que após tratamentos paliativos com radioterapia, o tumor voltou a crescer, e as sequelas voltaram muito rápido. Foi quando os pais da menina encontraram o estudo em fase três, do Institute Baptist Health South Florida, nos Estados Unidos, pelas redes sociais.

Juliana destaca que o médico oncologista Sérgio Cavaleiro, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), avaliou o medicamento do tratamento da Maria Flor no Instituto americano muito promissor. O tratamento de Lucas foi realizado na França e, visa a diminuição do câncer. O tratamento americano atua para neutralizar e parar o crescimento do tumor.

A mãe conta que graças ao tratamento, Maria Flor está levando uma vida normal. Ela acredita que o medicamento está promovendo benefícios para filha. "Minha filha voltou a fazer tudo. Está indo ao colégio, brinca, anda de bicicleta, está mais alegre".

Após quatro meses com os medicamentos do estudo americano, foi realizada uma ressonância e mostrou uma estabilização do tumor, conforme previsto. Houve também uma redução significativa na radio necrose — provocada pela radioterapia. Mas ainda há muito tratamento pela frente.

Se concretizar a estabilidade do tumor ao longo do tratamento, isso significa que houve sucesso. O tumor é considerado inoperável devido a localização no cérebro. Dia 12 de março, Maria Flor vai para o 5º mês de tratamento.

O progresso em busca da cura da menina deixa os médicos americanos impressionados. "A equipe médica fica muito feliz e impressionada com o atual estado da Maria Flor, porque o estudo está dando certo, e ela está sem grandes sequelas. A única sequela que ela tem é uma paralisia no olhar. Por exemplo: quando ela quer olhar para o lado, a Maria Flor tem que levar a cabeça junta, porque o olho não vai sozinho, mas com a diminuição do tumor, isso vai voltar ao normal. Os médicos ficam muito felizes e querem vê-la constantemente e pedem que a gente mande vídeos dela. É muito interessante o carinho deles com a Maria Flor", comenta Dantas.

Sobre a cura do menino belga, Juliana Dantas afirma que isso foi uma luz no fim do túnel. "Essa luz no fim do túnel virou um holofote, mas eu ainda creio que o Lucas é um milagre, porque ele foi o único do estudo que ficou curado totalmente. Sete outras crianças no ensaio clínico foram consideradas como respostas prolongadas, depois de não terem recaídas durante três anos após o diagnóstico, mas apenas o tumor do Lucas desapareceu completamente", recorda.

Maria Flor ainda precisa continuar seguindo o tratamento nos Estados Unidos, o custo anual para a família foi de 88 mil dólares (cerca de R$436 mil na cotação atual). Juliana também informou que o plano de saúde não está reembolsando os exames feitos aqui no Brasil. A família pede que as pessoas continuem contribuindo na vaquinha e também as ajudem com as rifas que estão disponíveis no seu Instagram. “As doações da vaquinha virtual pararam completamente. Todo mês precisamos ir aos Estados Unidos buscar a medicação", conclui a mãe.

Confira o site oficial para a vaquinha de Ana Clara.

Chave pix: julianadantas2006@hotmail.com

 

Glioma intrínseco difuso (DIPG)

O tumor é conhecido como raro e agressivo pelo crescimento rápido, é normalmente encontrado em crianças entre cinco e nove anos. Esse tipo de tumor está localizado na base do cérebro e no topo da coluna, mas não se sabe o que os causa. O tumor pressiona a área do cérebro chamada ponte, que é responsável por uma série de funções corporais críticas, como respiração, sono e pressão arterial. Com o tempo, o tumor afeta os batimentos cardíacos, a respiração, a deglutição, a visão e o equilíbrio.

*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori

compartilhe