Luis Gallardo, presidente da WHF -  (crédito: Arquivo pessoal)

Luis Gallardo, presidente da WHF

crédito: Arquivo pessoal

 

Luis Gallardo é espanhol, sociólogo e presidente da World Happiness Foundation, uma instituição que fornece ferramentas a agentes de mudança, como educadores, profissionais de saúde, líderes empresariais e funcionários governamentais. Um dos objetivos da WHF é atingir, em 2050, 10 bilhões de pessoas felizes em todo o mundo. Para isso, cada um dos agentes precisa impactar pelo menos 400 pessoas positivamente. Entre as ações, a entidade promove do dia 15 a 24 de março, a Semana Mundial da Felicidade, com palestras e workshops de mais de 200 especialistas em mais de 80 cidades ao redor do mundo. Serão nove dias de eventos on-line, três dias presenciais na Espanha e outros três dias presenciais nos Estados Unidos. Nesta entrevista, Luis Gallardo aborda o tema felicidade e como ampliar essa “corrente feliz” a partir do envolvimento das pessoas e de atitudes positivas nos mais diversos âmbitos.

Como definir a felicidade?

A felicidade é um estado complexo e multifacetado, que pode ser definido de várias maneiras, dependendo do contexto cultural, psicológico e filosófico. Em termos gerais, a felicidade pode ser entendida como uma experiência de satisfação ou prazer, um senso de bem-estar e contentamento com a vida. Alguns teóricos distinguem a felicidade hedônica, relacionada a experiências de prazer imediato, e a eudaimonia, que é uma sensação de realização e propósito na vida.

 

Por que as pessoas relacionam felicidade à riqueza?

A relação entre felicidade e riqueza é complexa. Muitas pessoas associam felicidade à riqueza devido à crença de que o dinheiro pode proporcionar segurança, conforto, e acesso a experiências prazerosas, o que, até certo ponto, é verdade. No entanto, pesquisas indicam que, após atingir um nível de renda que cobre as necessidades básicas e proporciona uma certa segurança financeira, aumentos adicionais de renda têm um impacto relativamente pequeno na satisfação com a vida.

Diante de tantas notícias ruins, guerras e tristeza, como conseguir ser feliz?

Manter a felicidade em meio a adversidades e notícias negativas pode ser desafiador, mas não impossível. Estratégias incluem focar em aspectos positivos da vida, praticar a gratidão, manter conexões sociais fortes, buscar significado e propósito, além de cuidar da saúde física e mental. Limitar a exposição a notícias negativas e engajar-se em atividades que promovam alegria e bem-estar também pode ajudar.

De onde surgiu essa ideia de transformar as cidades em espaços felizes?

A ideia de transformar cidades em espaços que promovam a felicidade surge da compreensão de que o ambiente urbano afeta significativamente o bem-estar das pessoas. Urbanistas, psicólogos e sociólogos estudam de que forma aspectos como espaços verdes, mobilidade, inclusão social e oportunidades de lazer contribuem para a qualidade de vida. Movimentos como o "urbanismo feliz" buscam criar cidades mais habitáveis, sustentáveis e inclusivas.

Felicidade deveria ser uma disciplina do currículo escolar?

Incluir a felicidade como uma disciplina no currículo escolar é uma proposta que ganhou força em algumas partes do mundo. A ideia por trás disso é ensinar às crianças habilidades de vida que promovam o bem-estar emocional, social e psicológico, além de resiliência e empatia. Alguns argumentam que isso pode contribuir significativamente para o desenvolvimento integral dos estudantes.

A felicidade é diferente de país para país, de cultura para cultura?

Sim, a concepção e a experiência da felicidade podem variar significativamente de uma cultura para outra. O que constitui felicidade em uma sociedade pode não ser o mesmo em outra, devido a diferenças de valores, crenças, práticas sociais e níveis de expectativa. Pesquisas como o Relatório Mundial da Felicidade analisam essas diferenças e tentam entender os fatores que contribuem para o bem-estar em diferentes países.

Como uma pessoa com depressão consegue reverter esse quadro?

Reverter a depressão geralmente requer uma abordagem multifacetada que pode incluir terapia (como a terapia cognitivo-comportamental), medicação (antidepressivos), mudanças no estilo de vida (exercícios físicos, alimentação saudável), e suporte social. É crucial procurar ajuda profissional para avaliar e tratar a depressão adequadamente, já que cada caso é único e pode exigir uma combinação específica de intervenções.

 

SERVIÇO
Semana Mundial da Felicidade
De 15 a 24 de março
Inscrições e informações:

https://pt.worldhappiness.foundation/