É preciso um olhar atento e individualizado e também uma adequação às linhas de cuidado da obesidade -  (crédito: Freepik)

É preciso um olhar atento e individualizado e também uma adequação às linhas de cuidado da obesidade

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No próximo domingo, dia 10 de março, é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Sedentarismo. Dados recentes mostram o quanto o sedentarismo e seus impactos a longo prazo refletem na saúde da população. De acordo com um levantamento global publicado no periódico The Lancet, o número de pessoas que vivem com obesidade ultrapassa 1 bilhão. Ainda de acordo com a pesquisa, no período de 1990 a 2022, as taxas de obesidade quadruplicaram entre crianças e adolescentes. Entre os adultos, as taxas saltaram de 8,8% para 18,5% em mulheres e quase triplicaram nos homens, passando de 4,8% para 14%.

Lorenza Arruda, médica nutróloga do Hospital Semper, explica que o sedentarismo contribui para o aumento da obesidade, uma vez que leva a um desequilíbrio entre a ingestão calórica e o gasto calórico. “Quando o corpo não queima calorias suficientes através da atividade física, o excesso de calorias pode ser armazenado como gordura, levando ao ganho de peso e consequentemente à obesidade”, pontua.

Ela afirma que a prática de atividades físicas regularmente é essencial para prevenir e controlar uma série de doenças. “A prática de atividades físicas auxilia na prevenção e no controle de doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer, bem como na redução dos sintomas de depressão e ansiedade, além de reduzir o declínio cognitivo, melhorar a memória e exercitar a saúde do cérebro”, destaca.

Dentre os benefícios proporcionados pela prática de exercícios físicos, a médica explica as vantagens para cada faixa etária. “Para as crianças e adolescentes a atividade física auxilia na melhora da aptidão física, saúde cardiometabólica, óssea, cognitiva e mental, além de reduzir a adiposidade. Em adultos, ela reduz a mortalidade por diversas causas, doenças cardiovasculares, hipertensão, certos tipos de câncer e diabetes tipo 2, além da melhora da saúde mental, cognitiva e do sono. Já para os idosos, a atividade física proporciona benefícios semelhantes aos adultos e ajuda a prevenir quedas e declínio da saúde óssea e sua funcionalidade”, aponta.

Em relação aos malefícios, segundo Lorenza, crianças e adolescentes sedentários são os que possuem maior probabilidade de desenvolver obesidade e problemas de saúde associados, enquanto adultos sedentários enfrentam um risco aumentado de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. Ainda de acordo com a médica, os idosos sedentários correm maior risco de quedas, perda de massa muscular e possuem uma mobilidade reduzida.

 

A nutróloga conclui dando dicas sobre quais estratégias podem ser adotadas pela população que deseja prevenir e combater os efeitos negativos do sedentarismo. “As recomendações de atividade física incluem atividades aeróbicas, associadas a exercícios de força, alongamentos e treinamento neuromuscular. Estas recomendações são adequadas para todas as pessoas, inclusive aquelas em tratamentos oncológicos e em pré-habilitação cirúrgica”, finaliza a profissional.

 

Recomendação de Atividade Física

 

Crianças (6-17 anos)

Pelo menos 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa diariamente. Isso pode incluir brincadeiras ativas, esportes, corrida, dança, entre outros.

Adultos (18-64 anos)

Pelo menos 150 minutos de atividade física aeróbia moderada por semana, como caminhadas, andar de bicicleta. Além disso, exercícios de fortalecimento muscular, como musculação, pilates, pelo menos duas vezes na semana.

Idosos (65 anos+)

Pelo menos 150 minutos de atividade física aeróbia moderada. Exercícios de equilíbrio e fortalecimento muscular também são recomendados (pilates, hidroginástica, musculação).