Em 2024, a Quaresma teve início em 14 de fevereiro e segue até 28 de março, véspera da Páscoa. Nesse período, uma grande parcela da população opta por consumir mais peixe, alimento com grandes benéficos para a saúde.



A carne branca dos peixes é saudável, nutritiva e pouco calórica. É fonte de diversos nutrientes como as vitaminas do complexo B, de minerais como o cálcio e o zinco e outros componentes importantes como o Iodo, o ácido fólico e o ômega 3.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o consumo dessa proteína seja regular e de no mínimo 250 gramas semanais, divididas em duas refeições. A recomendação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) é de 12 kg/habitante/ano.

No Brasil, o consumo de peixes é aproximadamente 10 kg/habitante/ano. O pico do consumo no país ocorre principalmente durante a Semana Santa. Depois, há queda até agosto ou setembro, quando o consumo de peixes é retomado devido às festas de fim de ano.

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Ana Luiza Pellegrinelli, professora de Nutrição da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh), que integra o Ecossistema Ânima, aponta o principal benefício que pode ser obtido com o consumo regular de peixes. “É uma excelente fonte de proteína, assim como as outras carnes. O ideal é consumir peixe assado, cozido ou grelhado, tanto os frescos como os já congelados”.

Recomendação x realidade

Segundo a nutricionista, o indicado seria consumir peixe regularmente, em torno de duas a três vezes por semana. “Contudo, sabemos que essa não é uma realidade presente em Belo Horizonte, sobretudo pelo preço. Por estarmos longe do litoral, o preço do peixe fica um pouco mais caro e há poucas opções disponíveis. Costumamos encontrar mais peixes congelados como a tilápia e a sardinha. Já as alternativas mais suculentas, como peixe branco, atum natural ou salmão, têm um preço agregado mais alto, o que torna o consumo mais restrito”, afirma.

Há também os enlatados, disponíveis no mercado nas opções de peixes conservados na água e no óleo. “Na água, o produto fica menos calórico, mas no óleo o peixe fica mais protegido em relação a alguns materiais pesados que podem existir no habitat dele”, explica a nutricionista.

Quando evitar

Ana Luiza Pellegrinelli ressalta, porém, que o consumo do peixe frito é mais problemático do que benéfico. “A fritura acrescenta uma quantidade grande de gordura e prejudica muita qualidade do alimento. Quem quiser comer peixe frito, que seja nas refeições livres, nos momentos de lazer e não na rotina da alimentação”.

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Ana Luiza evidencia ainda que pessoas com hipertensão devem evitar os peixes secos, como o bacalhau, devido ao risco de alteração da pressão arterial. “Como ele é conservado no sal, não é possível saber quanto sal ainda resta naquele peixe, mesmo depois do processo de dessalga”.

Da mesma forma, é preciso ter cuidado com o consumo do peixe enlatado. “Assim como qualquer outro alimento industrializado, os peixes enlatados têm não só o uso do sódio como conservante, mas uma série de outros aditivos, como corantes e alguns acidulantes. Pessoas com doenças crônicas, em especial com hipertensão arterial, devem evitar”, enfatiza.

De olho no peixe

Para o consumidor não cair em uma armadilha na hora de comprar peixes, a nutricionista dá algumas dicas. “Para comprar peixe congelado, a orientação é que não devemos ver gelo na embalagem. O gelo significa que o peixe descongelou e congelou novamente. Já para os enlatados, a lata não pode estar estufada ou amassada”, frisa.

No caso dos peixes frescos, Ana Luiza destaca dois pontos que precisamos observar:

  • Se a mucosa do peixe ainda está rosada, porque isso significa que ele morreu há pouco tempo. Podemos observar essa característica pelas guelras do peixe.
  • Se o olho do peixe está brilhante. Se ele estiver opaco, o peixe não é mais fresco, já está mais velho.
    De acordo com a docente, alguns comerciantes podem tentar burlar esse cuidado e colocam um corante nessa mucosa para ela ficar sempre avermelhada. “Mas com o olho é mais difícil, não tem como maquiar, então evite comprar o peixe sem a cabeça”, salienta.
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