Apesar de até hoje figurar entre as cirurgias plásticas faciais mais realizadas no Brasil e no mundo, o lifting facial, também conhecido como ritidoplastia, ainda causa receio nos pacientes que buscam maneiras de combater a flacidez. Isso porque o procedimento ainda está muito atrelado àquele resultado artificial, com aspecto repuxado, que causava quando a técnica começou a ganhar popularidade.

“Essa aparência esticada e artificial constantemente associada ao lifting facial é resultado do modo como o procedimento era feito. Inicialmente, em vez de tratarmos todas as camadas afetadas pelo envelhecimento, tracionávamos apenas a pele, conferindo ao rosto esse aspecto repuxado e um efeito rejuvenescedor pouco duradouro”, diz a cirurgiã plástica, membro associado da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica (BAPS), Bruna Ferrante. Mas a permanência desse procedimento no pódio das cirurgias plásticas faciais comprova que muita coisa mudou de lá para cá. O processo de envelhecimento passou a ser melhor compreendido e as técnicas de lifting facial evoluíram para oferecer excelentes resultados, sem exageros e com máxima segurança.



Segundo a BAPS, nesse sentido, uma das maiores transformações foi o surgimento da técnica conhecida como Deep Plane Facelift. “Se antes o procedimento estava restrito ao tratamento das camadas mais superficiais da pele, com o Deep Plane Facelift, ou lifting facial de plano profundo, tornou-se possível atuar em todas as camadas do rosto afetadas pelo envelhecimento, reposicionando ligamentos, gordura e até a musculatura”, diz a médica, que explica que a cirurgia é feita por meio de incisões ao redor da orelha e abaixo do queixo, então as cicatrizes ficam pouco perceptíveis. “Com a técnica de Deep Plane, o resultado é mais harmônico, natural e eficaz, além de apresentar uma melhor durabilidade. E a indicação do procedimento é semelhante à do lifting tradicional, sendo recomendado para pacientes mais velhos que apresentam um grau de flacidez mais avançado.”

O avanço tecnológico também contribuiu para potencializar os resultados do lifting facial. Hoje, por exemplo, a tecnologia de ultrassom microfocado pode ser utilizada antes da cirurgia para melhorar a qualidade da pele. “Na hora de reposicionar os tecidos durante o lifting facial, se a pele estiver com baixa qualidade e sem elasticidade por falta de colágeno, o resultado será comprometido”, alerta a especialista. Além disso, os cirurgiões plásticos também passaram a combinar as cirurgias de lifting facial com a aplicação posterior de preenchedores injetáveis ou enxertos de gordura para conferir um rejuvenescimento ainda mais potente e natural. “Com isso, é possível atuar na restauração dos volumes faciais perdidos com o passar dos anos, em vez de simplesmente esticar a pele”, afirma Bruna Ferrante.

E a mais recente evolução do lifting facial nasceu justamente da união entre as novas técnicas do procedimento e a tecnologia. Trata-se do Deep Plane Endoscópico, que permite a realização do lifting facial de plano profundo por vídeo, sem cortes ou cicatrizes na frente da orelha. “A partir de uma incisão realizada na região temporal, no couro cabeludo, o cirurgião consegue fazer, por meio de videocirurgia, uma dissecção de plano profundo em toda a região facial, da incisão até a mandíbula, promovendo liberação dos ligamentos faciais e reposicionando e elevando as camadas de gordura, músculo e pele. Então os resultados satisfatórios e mais naturais”, detalha a cirurgiã plástica. Mas a BAPS afirma que o Deep Plane Endoscópico não é, necessariamente, um substituto das outras técnicas de lifting facial, pois não é indicado em todos os casos. “No geral, o Deep Plane Endoscópico é recomendado para casos mais limitados, mais iniciais, em pacientes que apresentam uma leve queda do rosto”, destaca a médica.

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A BAPS ressalta que, por mais que esses avanços tenham garantido maior segurança e naturalidade, ainda é fundamental que o procedimento seja realizado por um cirurgião plástico experiente e devidamente certificado. “Procure por um cirurgião plástico experiente e devidamente qualificado. Para se certificar, uma boa dica é verificar se o profissional conta com RQE, que é o registro de qualificação de especialidade”, aconselha a especialista.

Além disso, vale a pena pesquisar as redes sociais do médico para avaliar sua postura e posicionamento e verificar as experiências de ex-pacientes. E, com as recentes mudanças do Conselho Federal de Medicina (CFM) com relação a publicidade médica, em breve os médicos também poderão divulgar fotos de “antes e depois” e mostrar o dia a dia de trabalho nas redes sociais, algo que é reivindicado pela BAPS desde sua criação, em 2022. “Então, fique atento nas redes sociais do profissional antes de escolhê-lo para realizar um procedimento, mas não se baseie em número de seguidores e curtidas”, pontua Bruna Ferrante.

 

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