
Atendimento rápido pode reduzir lesões neurológicas em caso de AVC; saiba como agir
mal súbito pode causar cerca de 10 milhões de mortes no mundo por ano até 2050. Países tidos como subdesenvolvidos devem ser os mais afetados
compartilhe
Siga noO Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido como derrame, é uma das principais causas de morte no Brasil, com 89 mil casos de óbito em 2023, de acordo com o Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil e a Rede Brasil AVC. Recentemente, uma criança de apenas 8 anos morreu por AVC no Paraná, após se queixar de dores de cabeça.
Recente estudo, publicado pela revista científica Lancet Neurology, alerta que o mal súbito pode causar cerca de 10 milhões de mortes no mundo por ano até 2050, e os países tidos como subdesenvolvidos devem ser os mais afetados.
Em 2020, 6,6 milhões de pessoas morreram no mundo em decorrência da doença. Conforme o estudo, a falta de consciência sobre o AVC é uma das principais barreiras identificadas.
16/01/2024 - 14:00 Exames de rotina: cuidado simples que pode prevenir doenças futuras 16/01/2024 - 15:00 O que é memória muscular? O fenômeno que pode ajudar a voltar à forma após as festas 16/01/2024 - 16:00 Tênis esportivo não é tudo igual! Saiba como escolher o calçado ideal para praticar exercícios
O neurocirurgião que atua no Eco Medical Center, Luis Alencar Biurrum Borba, explica que quanto mais rápido e precoce o atendimento, melhores serão os resultados. Segundo ele, a grande maioria dos déficits neurológicos não são reversíveis, devido ao atendimento tardio - isso vai desde o diagnóstico até o atendimento final.
"Hoje, se nós conseguirmos atender um paciente em uma janela mais curta, entre três e seis horas, conseguimos reduzir muito os déficits neurológicos", afirma Luis Borba.
Leia: Ciência avança no combate ao câncer com novas descobertas
O neuricirurgião afirma que, atualmente, o atendimento do AVC tem tido uma melhora significativa, mas ainda longe do ideal. "Existem técnicas endovasculares. Com a utilização de catéteres guiados por monitores, é feita a retirada do coágulo que está obstruindo o vaso, voltando assim ao normal. Além disso, também há medicações que podem ser feitas - inclusive no pronto-atendimento - com a reversão completa dos déficits neurológicos", alerta.
Como acontece o AVC
O AVC acontece quando os vasos que levam sangue e oxigênio ao cérebro se rompem ou entopem, fazendo a morte desta região cerebral, causando danos e sequelas muitas vezes irreversíveis. Neurocirurgião do Eco Medical Center, Hugo Akio Hasegawa também reforça a importância de identificar o AVC o mais rápido possível para reduzir o número de mortes e evitar sequelas.
Segundo ele, existe uma frase muito comum na neurologia que é “tempo é cérebro!”. "Isso porque, a cada minuto que se passa, o cérebro continua em sofrimento, aumentando os riscos de sequelas graves e permanentes, podendo levar até ao óbito. Quanto mais rápido o paciente é levado ao hospital, maiores as chances de realizarmos procedimentos que podem reverter o quadro (a trombólise química, por exemplo, está indicada nas primeiras quatro horas desde o aparecimento dos sintomas)", enfatiza o especialista.
Sintomas
Entre os principais sintomas que podem indicar que alguém está tendo um AVC são:
- Fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna (especialmente de um lado do corpo)
- Confusão mental
- Fala enrolada ou dificuldade de entender o que é falado
- Alteração da visão (em um ou dois olhos)
- Perda do equilíbrio, coordenação ou tontura
- Dor de cabeça súbita e intensa
Ao perceber quaisquer um dos sintomas acima em algum conhecido, é recomendado ligar imediatamente para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU 192) ou levar a pessoa para um hospital mais próximo.
Fatores de risco
Alguns fatores de risco que aumentam a chance de alguém desenvolver um AVC são: hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso, tabagismo, uso de álcool em excesso, idade avançada, sedentarismo, uso de drogas e histórico familiar.
Prevenção
A doença é extremamente grave, mas pode ser prevenida. “Vale lembrar que a prevenção do AVC é a coisa mais importante. É possível evitar até 80% dos AVCs com bons hábitos, como atividade física regular, alimentação adequada, controle da pressão arterial, do diabetes e da obesidade. Mantendo um estilo de vida saudável, os AVCs podem ser evitados”, afirma Hugo.