Doença é extremamente grave, mas pode ser prevenida -  (crédito: Freepik)

Doença é extremamente grave, mas pode ser prevenida

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O Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido como derrame, é uma das principais causas de morte no Brasil, com 89 mil casos de óbito em 2023, de acordo com o Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil e a Rede Brasil AVC. Recentemente, uma criança de apenas 8 anos morreu por AVC no Paraná, após se queixar de dores de cabeça.

Recente estudo, publicado pela revista científica Lancet Neurology, alerta que o mal súbito pode causar cerca de 10 milhões de mortes no mundo por ano até 2050, e os países tidos como subdesenvolvidos devem ser os mais afetados.

Em 2020, 6,6 milhões de pessoas morreram no mundo em decorrência da doença. Conforme o estudo, a falta de consciência sobre o AVC é uma das principais barreiras identificadas.

O neurocirurgião que atua no Eco Medical Center, Luis Alencar Biurrum Borba, explica que quanto mais rápido e precoce o atendimento, melhores serão os resultados. Segundo ele, a grande maioria dos déficits neurológicos não são reversíveis, devido ao atendimento tardio - isso vai desde o diagnóstico até o atendimento final.

"Hoje, se nós conseguirmos atender um paciente em uma janela mais curta, entre três e seis horas, conseguimos reduzir muito os déficits neurológicos", afirma Luis Borba.

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O neuricirurgião afirma que, atualmente, o atendimento do AVC tem tido uma melhora significativa, mas ainda longe do ideal. "Existem técnicas endovasculares. Com a utilização de catéteres guiados por monitores, é feita a retirada do coágulo que está obstruindo o vaso, voltando assim ao normal. Além disso, também há medicações que podem ser feitas - inclusive no pronto-atendimento - com a reversão completa dos déficits neurológicos", alerta.

Como acontece o AVC

O AVC acontece quando os vasos que levam sangue e oxigênio ao cérebro se rompem ou entopem, fazendo a morte desta região cerebral, causando danos e sequelas muitas vezes irreversíveis. Neurocirurgião do Eco Medical Center, Hugo Akio Hasegawa também reforça a importância de identificar o AVC o mais rápido possível para reduzir o número de mortes e evitar sequelas.

Segundo ele, existe uma frase muito comum na neurologia que é “tempo é cérebro!”. "Isso porque, a cada minuto que se passa, o cérebro continua em sofrimento, aumentando os riscos de sequelas graves e permanentes, podendo levar até ao óbito. Quanto mais rápido o paciente é levado ao hospital, maiores as chances de realizarmos procedimentos que podem reverter o quadro (a trombólise química, por exemplo, está indicada nas primeiras quatro horas desde o aparecimento dos sintomas)", enfatiza o especialista.

Sintomas

Entre os principais sintomas que podem indicar que alguém está tendo um AVC são:

- Fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna (especialmente de um lado do corpo)

- Confusão mental

- Fala enrolada ou dificuldade de entender o que é falado

- Alteração da visão (em um ou dois olhos)

- Perda do equilíbrio, coordenação ou tontura

- Dor de cabeça súbita e intensa

Ao perceber quaisquer um dos sintomas acima em algum conhecido, é recomendado ligar imediatamente para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU 192) ou levar a pessoa para um hospital mais próximo.

Fatores de risco

Alguns fatores de risco que aumentam a chance de alguém desenvolver um AVC são: hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso, tabagismo, uso de álcool em excesso, idade avançada, sedentarismo, uso de drogas e histórico familiar.

Prevenção

A doença é extremamente grave, mas pode ser prevenida. “Vale lembrar que a prevenção do AVC é a coisa mais importante. É possível evitar até 80% dos AVCs com bons hábitos, como atividade física regular, alimentação adequada, controle da pressão arterial, do diabetes e da obesidade. Mantendo um estilo de vida saudável, os AVCs podem ser evitados”, afirma Hugo.