A dependência medicamentosa é um problema grave que acomete milhares de pessoas no Brasil. A condição tem levantado discussões na área da saúde, principalmente por conta do alto risco para a vida daqueles que se encontram dentro do espectro.



Especialistas explicam que, em sua maioria, o vício pode ser decorrente do uso inadequado ou prolongado de medicações. “No caso de medicamentos com alto potencial de dependência, isso é ainda mais grave. Já que o uso inadequado pode levar ao aparecimento da farmacodependência, que em seguida leva aos sintomas da abstinência, para além de efeitos nocivos como perda de memória, sonolência e irritação”, comenta Gustavo Ariel, professor mestre do curso de farmácia da Universidade Cruzeiro do Sul.

Medicamentos psicotrópicos

A automedicação também é um risco para o vício em medicamentos

Elisa/Pixabay
 

Apesar de qualquer medicamento necessitar do auxílio e acompanhamento de um profissional para ser utilizado, algumas substâncias demandam maior cuidado. “Muitos medicamentos, denominados psicotrópicos, têm tal efeito sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), por exemplo, os medicamentos opioides para tratamento da dor intensa como a morfina, codeína e oxicodona, medicamentos para o tratamento do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção de Hiperatividade) como a lisdexanfetamina e o metilfenidato e medicamentos antidepressivos como a fluoxetina”, exemplifica Ariel.

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Michelle Fidelis Correa, professora doutora do mesmo curso, analisa que, além da abstinência, a adicção também pode afetar diretamente os efeitos dos fármacos: “Os medicamentos psicoativos não deixarão de fazer efeito, no entanto o fármaco perderá sua valência e o paciente com dependência pode desenvolver problemas associados a essa perda de valência, como a hiperalgesia, e necessitar de doses maiores para obter resposta. Esse fato se deve a uma possível diminuição no número de receptores da droga ou fármaco desencadeado pelo mecanismo de tolerância”.

Mudança de comportamento

A professora também comenta que alguns comportamentos devem ser observados quando há um possível diagnóstico de dependência medicamentosa. “Além do abandono de atividades acadêmicas e laborais, o paciente pode apresentar um perfil comportamental diferente daquele já conhecido por familiares e amigos, entre eles destacamos euforia, ansiedade, relatos de situações imaginárias, incoerentes e inadequadas”.

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Automedicação

Para evitar a dependência medicamentosa e outros efeitos adversos causados por medicamentos, a primeira recomendação é não se automedicar, mas seguir a prescrição médica de maneira rigorosa. “Todo o período de tratamento deve ser acompanhado por profissionais adequados, como o farmacêutico, que poderá realizar as orientações necessárias para uma correta adesão ao tratamento e obtenção do sucesso deste, pois a dependência pode ser causada ao considerar vários motivos, como o período de tratamento”, pontua a profissional.

 

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