Ainda há muita coisa que os cientistas não sabem sobre as preferências de sabor dos animais, mas começam a entender melhor as escolhas alimentares dos  amigos de quatro patas -  (crédito: Freepik)

Ainda há muita coisa que os cientistas não sabem sobre as preferências de sabor dos animais, mas começam a entender melhor as escolhas alimentares dos amigos de quatro patas

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Qual pet não fica sedento quando ouve um pacote de alimento ou petisco sendo aberto, e sai correndo para saber o que lhe espera? Se por um lado os cães comem quase tudo, os gatos nem tanto. E há uma razão para isso. Segundo os cientistas, o paladar dos felinos é mais exigente quando comparado com os dos cães. Os gatos são geneticamente predispostos a gostar de alimentos mais ricos em umami, um tipo de sabor que lembra o gosto de atum.

Para quem não conhece, o sabor umami é um dos cinco sabores básicos percebidos pela língua humana, juntamente com doce, salgado, azedo e amargo. Pesquisas afirmam que o umami é frequentemente descrito como um sabor mais carnudo, agridoce e, ao mesmo tempo, um dos mais saborosos, e é associado a aminoácidos como o glutamato. Os seres humanos possuem esses receptores para o sabor umami na língua, e são eles que desempenham um papel importante quando se trata da percepção do gosto.

“Acreditamos que o umami é o principal ingrediente para o paladar dos gatos”, diz o cientista do Waltham Petcare Science Institute, que pertence à Mars Petcare UK, Scott McGrane. “E o atum se compara ao sabor dos doces no universo dos gatos.”

De acordo com uma pesquisa publicada recentemente pela National Geographic, ainda há muita coisa que os cientistas não sabem sobre as preferências de sabor dos animais. Porém, graças aos crescentes estudos, cientistas começam a entender melhor as escolhas alimentares desses amigos de quatro patas.

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Como não é possível perguntar diretamente aos gatos quais sabores os deixam mais felizes, os pesquisadores descobriram por meio de análises do DNA que gatos domésticos, tigres e chitas têm uma versão “quebrada” do gene Tas1r2, que funciona com outro gene, o Tas1r3, que permite a detecção de doçura. Embora o Tas1r3 pareça funcionar perfeitamente bem em gatos, o Tas1r2 é um “pseudogene não expresso” (pseudogenes são regiões do DNA estruturalmente similares a genes, mas que não são transcritas). Sem eles, o Tas1r2 não produz uma proteína crucial e necessária para formar um receptor de doçura nas papilas gustativas dos gatos.

É importante notar que o gosto e a preferência alimentar dos bichanos podem variar de um indivíduo para outro. Por isso, ao escolher a comida para o gato, é fundamental considerar não apenas o sabor umami, mas também a qualidade nutricional do alimento e as necessidades individuais de cada pet.