De acordo com estudo feito em uma universidade dos Estados Unidos, se apaixonar pode levar um quinto de segundo -  (crédito: Freepik)

De acordo com estudo feito em uma universidade dos Estados Unidos, se apaixonar pode levar um quinto de segundo

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O coração acelera, a barriga embrulha e uma montanha-russa de sentimentos surge quando a paixão nasce. O especialista em relacionamentos e fundador da Casa de Apoio Espaço Recomeçar, Maicon Paiva, traz dicas e responde a seguinte questão: “Quanto tempo leva para realmente se apaixonar?” Será mesmo possível calcular o tempo, a partir do momento em que se conhece uma pessoa, até estar apaixonado por ela? Cada indivíduo interpreta esse termo de maneira ligeiramente diferente. Alguns o percebem como forte atração, que às vezes sentem antes do escolhido mesmo conhecer, enquanto outros reconhecem essa emoção como profunda intimidade, o que requer um certo período de relacionamento.

De acordo com estudo feito em 2021 na Universidade Syracuse, nos Estados Unidos, se apaixonar pode levar um quinto de segundo. Os pesquisadores utilizaram imagens do cérebro de voluntários para estudar os efeitos do amor e concluíram que se apaixonar é mais científico do que muitos imaginam. Quando uma pessoa está apaixonada, áreas do cérebro liberam substâncias que causam efeitos eufóricos no organismo. Os elementos químicos liberados não afetam somente a parte emocional, mas também áreas ligadas ao intelecto, como funções relacionadas às representações mentais, metáforas e imagem corporal.

Foi o caso dos empresários e influenciadores digitais Maíra Cardi e Thiago Nigro. Eles se conheceram quando Maíra foi contratada para auxiliá-lo a perder peso com a ajuda do plano de emagrecimento criado por ela. Pouco tempo depois, Nigro terminou o relacionamento com Camila Ferreira, com quem estava desde 2010. No dia 1º de março deste ano, Maíra e Thiago assumiram publicamente a relação com uma postagem nas redes sociais. Em menos de quatro meses juntos, o casal anunciou que havia se casado em uma cerimônia discreta.

Maicon Paiva fala dessa rapidez no “se apaixonar”. “A solidão é um dos grandes fatores que nos levam a se apaixonar rapidamente. Quando uma pessoa se sente sozinha, ela fica mais vulnerável e o fato de alguém dar carinho e afeto já basta para achar que está apaixonada. Outro problema é a idealização. Quando você está apaixonado, acaba idealizando uma pessoa perfeita. Você deve analisar e ver os defeitos do outro, afinal, todos temos defeitos”.

Algumas pessoas têm tendência a se apaixonar muito rápido e, algumas vezes, isso traz decepções. Considerar, em um curto período, que alguém é o amor da vida é um grave erro, mais ainda quando isso ocorre com muita frequência. "Podemos acreditar no amor à primeira vista, mas só isso não basta. Eistem mais fatores que farão com que nos apaixonemos por outra pessoa."

O especialista traz algumas dicas de como descobrir que está apaixonado.

Você acha que seu amado é único. De acordo com um artigo de 2017, publicado no jornal Archives of Sexual Behavior, os níveis elevados de dopamina podem contribuir para que você não consiga se envolver romanticamente com mais ninguém.

Você foca nas qualidades e finge não ver os defeitos. Segundo uma pesquisa publicada no Journal of Personality and Social Psychology, pessoas apaixonadas geralmente idealizam seus parceiros, prestando mais atenção naquilo que encontram de mais agradável.

Você pensa sempre em pequenas coisas e momentos que te fazem lembrar dele(a). Pessoas apaixonadas costumam ter um pico na noradrenalina, que está associada ao aumento da memória na presença de novos estímulos. Esse composto, combinado à dopamina, pode fazer com que você tenha uma atenção focada naquela pessoa, segundo uma pesquisa publicada no Science Daily. Talvez por isso você não preste atenção ao mundo ao seu redor enquanto se lembra de algum momento especial.

Suas emoções estão instáveis. A pessoa apaixonada pode transitar entre sensações de euforia, aumento de energia, insônia, perda de apetite e até sentir desespero quando a relação passa pelo menor dos percalços. Essas mudanças de humor, segundo um artigo da revista Philosophy, Psychiatry and Psychology, publicado em 2017, podem ser comparadas às de dependência química. Aliás, de acordo com outra publicação, términos podem ser experiências similares à abstinência química.

Você passa a maior parte do tempo pensando nele(a). Segundo um estudo do Journal of Psychophysiology, publicado em 2015, homens e mulheres apaixonados relataram pensar em seus amados durante cerca de 65% do tempo em que estão acordados. Curiosamente, esse mesmo artigo indica que homens, quando apaixonados, têm níveis menores de serotonina do que aqueles que não estão e o contrário acontece com as mulheres.

Maicon Paiva ressalta a importância de se tomar cuidado para não confundir paixão com outro sentimento. “Às vezes, estamos convencidos do amor que sentimos por outras pessoas, embora, na realidade, esse sentimento não predomine. Isso acontece porque existem muitas sensações que parecem amor, mas não são. Eles estão muito próximos, mas não chegam a ser iguais. Uma dica seria o uso da consulta espiritual como uma forma de descobrir se esse amor tem futuro. Assim será possível entender melhor esse sentimento e fazer você entender o melhor caminho a ser seguido.”