As últimas semanas de 2025 foram movimentadas na Câmara dos Deputados, com uma sequência de mudanças nas cadeiras provocada por suspensões, afastamentos e perdas de mandato. Em meio às decisões judiciais e a desdobramentos internos do Legislativo, suplentes passaram a ocupar cadeiras deixadas por parlamentares que estiveram no centro de crises políticas recentes.
Um dos casos de maior repercussão foi o retorno de Heloísa Helena (Rede-RJ) ao plenário. Ex-senadora e ex-presidenciável, ela assumiu como suplente após a suspensão de Glauber Braga (PSOL-RJ), determinada em consequência de processo disciplinar na Câmara. A entrada de Heloísa reuniu peso simbólico e contexto político, ao recolocar em cena uma figura histórica da esquerda em um momento de tensão interna na Casa. Logo na chegada, chamou a atenção pelo tom duro nas críticas feitas ao governo.
Outro movimento relevante foi a posse de Dr. Flávio (PL-RJ), chamado para ocupar a vaga deixada por Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ramagem perdeu o mandato após condenação por participação da trama golpista, e a convocação do suplente foi formalizada pela mesa diretora. O caso reforçou o impacto direto das decisões do STF sobre a composição da Câmara nas últimas semanas do ano.
Também em São Paulo, Adilson Barroso (PL-SP) assumiu a cadeira de Carla Zambelli (PL-SP) após o afastamento – e depois renúncia – da deputada. A troca teve repercussão menos pelo perfil do suplente e mais pelo vácuo deixado por uma das parlamentares mais ruidosas do bolsonarismo, frequentemente envolvida em embates políticos e judiciais.
Ainda no PL paulista, Missionário José Olímpio (PL-SP) passou a ocupar a vaga de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que perdeu o mandato por excesso de faltas. A substituição teve forte peso simbólico por atingir diretamente a família do ex-presidente Jair Bolsonaro, consolidando um fim de ano marcado por mudanças significativas na bancada ligada ao ex-presidente na Câmara.
Mais uma dança das cadeiras
A movimentação entre suplentes, no entanto, não se restringe a afastamentos e punições. Com a aproximação do prazo de desincompatibilização para as eleições de 2026, ministros com mandato parlamentar tendem a reassumir suas cadeiras no Congresso, o que deve provocar a saída de suplentes que hoje estão em exercício, tanto na Câmara quanto no Senado.
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Na Câmara dos Deputados, há casos em que os suplentes atualmente em exercício deixarão automaticamente o cargo com a volta dos titulares licenciados para o Executivo. É o caso de Allan Garcês (PP-MA), suplente de André Fufuca (Esporte); Ossesio Silva (Republicanos-PE), que ocupa a vaga de Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos); e Professora Luciene Cavalcante (PSOL-SP), suplente de Sônia Guajajara (Povos Indígenas); Augusta Brito (PT), suplente de Camilo Santana (Educação); Margareth Buzetti (PSD-MT), suplente Carlos Fávaro (Agricultura), e Fernando Farias (MDB-AL), suplente de Renan Filho (Transportes). Com o retorno dos titulares, os atuais ocupantes das cadeiras perdem os mandatos e, em grande parte, tentarão novamente uma vaga nas urnas em 2026.
