Em meio à confusão mundial causada pelo vaivém do presidente Donald Trump (EUA) em relação ao aumento de tarifas nas compras de outros países, o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) abriu as negociações com o governo americano para tentar aliviar a taxação do aço e do alumínio brasileiros vendido aos EUA, prevista para o próximo dia 12. O encontro terminou sem acordo, mas com a promessa de novas conversas das áreas técnicas nos próximos dias.
Em vídeo conferência com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o representante comercial, Jamieson Greer, nesta quinta-feira, 6, Alckmin procurou desfazer a ideia propagada por Trump de que o Brasil aplica taxas injustas aos produtos americanos. Segundo nota divulgada após a conversa, o MDIC destacou que o vice-presidente apresentou detalhes da política tarifária entre os dois países e mostrou que em oito dos dez produtos que o Brasil mais importa dos EUA a alíquota é zero.
“A tarifa média ponderada efetivamente recolhida é de 2,73%, bem abaixo do que sugerem as tarifas nominais”, enfatiza o texto. Além disso, Alckmin disse que os Estados Unidos vendem mais para o Brasil do que os brasileiros para os americanos.
Ao final de 50 minutos de conversa, o vice-presidente disse ter considerado o encontro virtual “positivo” e que acredita que será possível chegar a um “bom entendimento” sobre a política tarifária na gestão Trump.
Etanol
A nota do MDIC não mencionou o principal interesse da gestão Trump de abrir mercado no Brasil para o etanol produzido em solo americano. Estados como Iowa, reduto eleitoral do presidente americano, é grande produtor de etanol a partir do milho. Outro setor de interesse no Brasil é o de tecnologia. Preocupa o governo brasileiro que a discussão sobre regulamentação do setor possa ser explorada politicamente nas negociações com os EUA. (((link: À espera de interlocutor de Trump, Itamaraty tenta unificar discurso do Brasil – PlatôBR ))))