Os petistas receberam sem surpresa e optaram — pelo menos por enquanto — pelo silêncio sobre a anulação dos processos contra Palocci por Dias Toffoli, do STF. A anulação foi revelada com exclusividade pela coluna. Ministros do governo Lula e líderes do partido não quiseram se manifestar.
Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Palocci saiu da cadeira de presidenciável para o cargo de algoz do PT, depois da delação premiada e as denúncias feitas durante a Lava Jato. Ele relatou supostas entregas de dinheiro a Lula em caixas de uísque e chegou a dizer que o presidente tinha um “pacto de sangue” com a Odebrecht.
Em 2017, antes de ser expulso do partido pelo diretório de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, Palocci enviou uma carta a Gleisi Hoffmann pedindo sua desfiliação. Na carta, ao dizer que está sendo perseguido por causa da delação, ele reclamou: “Afinal, somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso, ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade? Chegou a hora da verdade para nós”.
Ainda que haja bastante ressentimento, líderes do partido disseram à coluna que, ao fim e ao cabo, a anulação das acusações contra Palocci é positiva para o PT. “Quando foi denunciado pelos supostos crimes, o que se dizia era que se tratava de um alto ministro de Lula. Agora, ele não é mais réu”, disse um deputado petista ouvido pela coluna.
A avaliação é que não há surpresa na decisão de Tofolli porque as anulações, quando pedidas pelos réus, têm sido autorizadas pelo STF. “Talvez cause surpresa apenas porque ninguém mais fala nele, o Palocci”, disse, com ironia, um deputado petista ouvido pela coluna.
