O WhatsApp se tornou um campo de batalha digital, em que campanhas eleitorais se propagam entre os usuários e os candidatos buscam contato direto com o eleitorado, sem precisar dos canais tradicionais de mídia.

Essa comunicação se baseia em uma estrutura complexa que vai muito além do simples envio de mensagens. A estratégia envolve a criação de grupos de apoiadores, segmentados por cidade, bairro ou área de interesse. Nesses espaços, a equipe do candidato distribui conteúdo de forma rápida, mobiliza militantes para ações online e offline e cria um senso de comunidade engajada.

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Outra frente de atuação é o uso de listas de transmissão e disparos direcionados para milhares de contatos. Embora os disparos em massa por meio de robôs sejam proibidos pela legislação eleitoral vigente, as campanhas encontram maneiras de alcançar um grande número de eleitores, enviando vídeos curtos, cards com informações e links para outras redes sociais.

O conteúdo que engaja

O material compartilhado é pensado para o consumo rápido e o compartilhamento viral. Em vez de textos longos, o foco está em vídeos verticais, com legendas grandes, e artes gráficas de fácil compreensão. Um dos recursos mais eficientes são as figurinhas (stickers), que transformam a imagem do político em algo informal e presente no dia a dia das conversas.

As figurinhas com o rosto do candidato, acompanhadas de frases de efeito ou memes, humanizam a figura pública e incentivam a disseminação mais orgânica da sua imagem. É uma forma sutil de propaganda, que muitas vezes passa despercebida como uma estratégia de campanha calculada.

Essa tática busca criar uma relação de proximidade, fazendo com que o político pareça apenas mais um contato no celular do eleitor. A comunicação fortalece a mensagem e permite um controle maior.

Contudo, esse ambiente digital também é propício para a disseminação de desinformação. A velocidade com que as mensagens circulam em grupos fechados, sem fontes oficiais e confiáveis, dificulta a checagem de fatos, representando um desafio constante para as autoridades eleitorais, que buscam equilibrar a liberdade de expressão com o combate às notícias falsas.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

*Estagiária sob supervisão do editor João Renato Faria

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