Os cenários das eleições de 2026 no Brasil e em Minas foram um dos temas de destaque da entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao programa EM Minas, realização do Estado de Minas, Portal Uai e TV Alterosa. Em 27 minutos de conversa com a apresentadora Carolina Saraiva na base aérea na região da Pampulha em Belo Horizonte, antes de compromissos oficiais em Itabira e BH, o presidente da República apresentou números de realizações de seu governo. “Nós estamos fazendo as coisas acontecerem aqui em Minas Gerais”, afirmou.


Na entrevista, o presidente fez rasgados elogios ao “companheiro” Rodrigo Pacheco (PSD), dizendo que aprendeu a gostar do ex-presidente do Senado e que ainda tenta convencê-lo a ser candidato ao governo de Minas em 2026. “É uma pessoa extremamente competente e a maior personalidade pública de Minas Gerais neste país. Está talhado para desempenhar essa tarefa”, afirmou, acrescentando que “a esperança é a última que morre”. Caso Pacheco seja irredutível, vai se empenhar para buscar outro nome. “Vamos encontrar um candidato para governar Minas Gerais de verdade.”


Sobre a disputa por um quarto mandato no próximo ano, ele criticou a oposição. Citando os nomes dos governadores oposicionistas Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e Ratinho Júnior (PSD), e também do senador Flávio Bolsonaro (PL), ele ironizou: “Quem inventa muitos nomes é porque não tem nenhum. Eles sabem de uma coisa: eles perderão as eleições em 2026”, garantiu.


As palavras mais duras da entrevista foram reservadas ao governador Romeu Zema (“Ele vai ter de parar de comer banana com casca”), a quem desafiou para um confronto no próximo ano. “Se ele for candidato e eu for candidato, a gente vai estar num debate em que ele vai dizer as proezas dele em Minas Gerais; eu vou dizer as minhas realizações no Brasil e vou mostrar o resultado das coisas”, prometeu.


Também foi incisivo ao se referir ao antecessor, Jair Bolsonaro, preso desde o fim de novembro. “Ele tem que pagar pela tentativa de golpe e pela tentativa de destruir a democracia que ele fez neste país. Não adianta ficar choramingando agora”, ironizou, sem revelar qual será sua decisão caso o Projeto de Lei
da Dosimetria, que reduz penas como a do ex-presidente, seja aprovado pelo Senado.


Descontraído, o presidente iniciou a entrevista comentando o resultado da primeira partida da semifinal da Copa do Brasil, com a vitória do seu time do coração, Corinthians, em cima de seu time em Minas, Cruzeiro, por 1 x 0 no Mineirão. “O pessoal do PT que torce pelo Atlético não gosta, mas eu sou cruzeirense: sou da geração do Tostão, Dirceu Lopes, Joãozinho, Natal, Raul, Piazza. Mas, como o Corinthians é mais necessitado da vitória do que o Cruzeiro e eu faço política para o mais necessitado, eu torci para o Corinthians”, revelou.

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