A Copasa está fora da negociação. O governo Lula não irá colocar a faca no pescoço do governo Zema, mas aceita a federalização das estatais como abatimento da dívida de Minas. Quer a Cemig, aceitará negociar a Codemig (estatal do nióbio), mas rejeita incluir a Copasa pela falta de expertise federal no abastecimento e saneamento.

Além disso, a posição reflete também a insatisfação com os serviços da Copasa em Minas. Tanto é que, se for levada à votação na Assembleia Legislativa, os deputados estaduais aprovariam até a retirada da exigência de referendo para a venda dessa estatal ao contrário da Cemig. O interesse maior pela Cemig é que ela tem histórico de empresa nacional.

 

Segurança jurídica

 



Embora não pense em pedir adiamento do prazo ao Supremo Tribunal para concluir a negociação da dívida de Minas, técnicos do governo federal preveem um processo longo e lento na federalização das estatais mineiras. A maior preocupação é com a segurança jurídica e os riscos de judicialização contra a medida, como já aconteceu com o Banespa. Diante disso, a federalização das estatais mineiras pode durar todo este ano. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já manifestou interesse no uso de empresas públicas como abatimento da dívida.

 

Acordo de Mariana: de fora

 

Ainda no encontro de Lula e Zema, foi descartada a inclusão do Acordo de Mariana na negociação. Lula não está satisfeito com os desdobramentos com as negociações e quer tratar disso com a futura direção da companhia Vale, responsável pelo desastre que matou 19 pessoas e destruiu a economia e o meio ambiente locais, da região e do vizinho Espírito Santo. Começou em R$ 120 bilhões, caiu para R$ 40 bilhões, mas o Tribunal Regional Federal (TRF-6) admite que pode chegar a R$ 300 bilhões. Na dúvida, Lula vai esperar a sucessão na Vale para avançar no acordo.

 

Novo atestado de confissão

 

Na avaliação de alguns, foi erro de Zema chamar Lula de democrata após o primeiro encontro oficial e administrativo entre eles. Disse mais, que, como Lula, ele também é democrata. Os aliados bolsonaristas não gostaram e entenderam como provocação ao ex-presidente, que não tem, como já provou, nenhum apreço pela democracia.

 

Gabriel vira problema

 

A alternativa Gabriel Azevedo (MDB) à Prefeitura de BH colocou pulga atrás da orelha de muita gente que esperava vê-lo cassado, conforme prometeram fazer. Em vez disso, o presidente da Câmara de BH vira um nome competitivo para as eleições de prefeito de novembro deste ano. Azevedo obteve o feito político de filiar-se a um partido forte, bem estruturado e com polpudo fundo eleitoral, para ser candidato a prefeito. Nessa primeira disputa, derrotou o prefeito que conversava com o MDB para ter seu apoio. Azevedo conta ainda, informalmente, com o apoio do PSDB de Aécio Neves. Gabriel será presidente municipal do MDB, o que lhe dará maior garantia, mas sabe que esse partido tem a fama de escorpião.

 

Não cruzam os bigodes

 

Inimigos e desafetos políticos, Gabriel Azevedo (MDB) e Marcelo Aro (PP), secretário da Casa Civil de Zema, deixaram funcionários de uma famosa barbearia da Savassi em saia justa. Como clientes fiéis da barbearia, os funcionários se esforçaram para agendá-los evitando constrangimentos, mas, distrações e descuidos acontecem... Dias atrás, Azevedo entrou no local e percebeu que o desafeto Aro estava presente, aguardando por atendimento. O vereador deu as costas e se foi, ligando depois para reagendar dia e horário. Na terça (5), nova 'coincidência'. Azevedo estava agendado, mas Aro passou por lá. Um clima de suspense entre os funcionários tomou conta do ambiente. Por sorte, Aro se foi antes das 10h, horário agendado por Azevedo. A paz foi mantida.

 

Direito e propriedade

 

A deputada Bella Gonçalves (PSOL) enviou ofício, na sexta (8), aos comandantes da Polícia Militar e do Ministério Público de MG, solicitando a suspensão do cerco da PM e das restrições de circulação de pessoas e entrada de bens essenciais na Fazenda Aroeiras, em Santa Luzia (Grande BH). Além de apelar aos direitos fundamentais das pessoas, questionou o custo financeiro para a manutenção do efetivo policial no local. “Haja vista que a área é uma propriedade de caráter privado e que não há determinação judicial para restrições ao uso da posse exercida pelos ocupantes”. Antes mesmo da decisão judicial, Zema postou vídeo em defesa dos ditos proprietários.

 

Seca severa e fortes chuvas

 

No próximo dia 14, a Assembleia Legislativa realiza o seminário para discutir a crise climática, envolvendo mais de 60 instituições, que vão apresentar sugestões de iniciativas de responsabilidade dos governos federal e estadual. “Não podemos esperar que o problema aconteça. Vamos fazer um trabalho longo, perene, para que, ao final do ano, já tenhamos resultados positivos para amenizar tanto a seca severa que assola parte do Estado, mas também os problemas que as fortes chuvas trazem em outras áreas”, adiantou o presidente da Assembleia, Tadeu Leite.

 

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