Ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal -  (crédito: Sergio Lima / AFP)

Ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal

crédito: Sergio Lima / AFP

A Polícia Federal (PF) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao ex-ajudante de Ordens Mauro Cid para realizar a falsificação dos cartões de vacinação contra a covid-19 dele e da filha, Laura Bolsonaro. 

 

A PF indiciou, nesta terça-feira (19/3), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outras 15 pessoas no caso que apura a falsificação. Eles foram acusados pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos no Sistema Único de Saúde (SUS). No caso de Mauro Cid, a corporação também aponta o crime de uso indevido de documento falso.

 

 

Segundo a PF, "os elementos de prova coletados ao longo da presente investigação são convergentes em demonstrar que Jair Messias Bolsonaro agiu com consciência e vontade determinando que seu chefe da Ajudância de Ordens intermediasse a inserção dos dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde em seu benefício e de sua filha".

 

De acordo com a delação de Mauro Cid, a ordem de emitir os documentos falsos partiu do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro. Vale lembrar que durante o depoimento à Polícia Federal, Jair Bolsonaro afirmou que não determinou a inserção de dados falsos na sua carteira de vacinação e na de sua filha.

 

Jair Bolsonaro também afirmou que só teve conhecimento da adulteração quando esse tema começou a ser divulgado pela imprensa, em fevereiro deste ano.

 

 

 

Ainda segundo Mauro Cid, os documentos foram impressos no Palácio do Alvorada (residência oficial da Presidência da República) e entregues nas mãos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

A delação de Mauro Cid ainda está em sigilo, mas trechos foram incluídos pela Polícia Federal no relatório que embasou o indiciamento. Veja: 

 

"QUE o presidente [Bolsonaro], após saber que o COLABORADOR [Mauro Cid] possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o COLABORADOR fizesse para ele também; QUE o ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha [...]; QUE o COLABORADOR solicitou a AILTON que fizesse os cartões; QUE o COLABORADOR confirma que pediu os cartões do ex-presidente e sua filha [...] sob determinação do ex-presidente JAIR BOLSONARO e que imprimiu os certificados; QUE solicitou a inserção de dados no sistema CONECTESUS de sua esposa, filhas, ex-presidente JAIR BOLSONARO e de sua filha, [...]", diz trecho da delação do tenente-coronel Mauro Cid.