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“Dai pão a quem tem fome e fome de justiça a quem tem pão”, é o verso da Prece Universal, muito entoada nas igrejas brasileiras. De autoria do padre Zezinho, que não é comunista, ela parece ser hoje apenas uma frase de efeito para muitos que se dizem cristãos, principalmente para os vereadores de extrema-direita da capital paulista, que assinaram no fim do ano um pedido de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar a atuação de entidades de assistência social que doam comida para pessoas em situação de rua, mas que tem como alvo de fato o padre Júlio Lancellotti, paróco com destacada atuação em defesa dessa população. Uma atuação que incomoda os cidadãos de “bens” que acreditam, piamente, que só vive na rua quem não quer “capinar um lote”.


Caso do vereador Rubinho Nunes (União Brasil), autor do pedido de instalação da CPI contra o padre Júlio, claramente eleitoreira, afinal em qual crime pode ser em enquadrado quem dá pão a quem tem fome? O vereador há tempos tenta restringir essa doação de alimentos para a população que vive nas ruas. É de sua autoria um projeto de lei que estabelece regras que praticamente inviabilizam a assistência a essa população. Batizado com o pomposo nome de “protocolo de segurança alimentar para pessoas em vulnerabilidade social”, o projeto cria exigências para as entidades assistenciais que prestam esse tipo de serviço, quase sempre sem nenhuma ajuda financeira do Estado, como cadastro prévio de todos que vão receber um prato de comida e dos que vão atuar como voluntários e registro nos órgãos públicos.


Mas em Belo Horizonte não é muito diferente, apesar de não termos na capital (infelizmente) uma figura de renome nacional como o padre Júlio atuando em defesa da população vulnerável. Aqui, desde o ano passado, se arrasta, sem nenhum resultado prático até agora, uma CPI pedida pela direita que apura o “crime” da “proliferação da população de rua”.


Talvez esteja faltando assunto para os vereadores lacrarem nas redes sociais. Ou uma visão mais humana e solidária para lidar com um problema grave que aflige as grandes e médias cidades do Brasil, onde a população de rua saltou de 22 mil para 227 mil uma década, segundo levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base em dados do governo federal, desde 2013. Ou quem sabe colocar em prática os versos da Prece Universal, principalmente aquela parte que prega que tenham fome de justiça os que têm pão. (Alessandra Mello)


Noivado

 

A deputada estadual Bella Gonçalves (Psol), pré-candidata do partido à Prefeitura de Belo Horizonte, está noiva. Sua companheira é a vereadora Moara Sabóia, pernambucana radicada em Minas Gerais, filiada ao PT, ex-vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e que exerce seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. (AM)


Visitas suspensas no Congresso

 

O Congresso Nacional estará fechado até a próxima terça-feira. Entre 4 e 9 de janeiro, a visitação institucional está suspensa para os preparativos da cerimônia que marca um ano da invasão às sedes dos três Poderes – Supremo Tribunal Federal, Palácio do Planalto e Congresso – em 8 de janeiro de 2023. As visitas guiadas, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, voltam a ocorrer na quarta-feira (10). Durante os recessos parlamentares, o Congresso costuma receber milhares de pessoas que vão conhecer as instalações do Parlamento brasileiro. Para ter ideia, em julho do ano passado foram registrados quase 18 mil visitantes à Casa, incluindo estrangeiros. (Da Redação)


Representatividade efêmera

 

Empossada no Dia da Mulher, em 8 de março de 2023, Tatiana Alves Torres, a segunda delegada a chefiar a Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais, foi exonerada ontem. Portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) e assinada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, exonerou a delegada e nomeou para seu lugar um homem: o delegado Richard Murad Macedo. (Bruno Nogueira)


Para que lado vai o PT

 

A vinda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Belo Horizonte pode agarrar mais ainda em função da decisão para onde o partido vai mesmo pender nas eleições municipais deste ano. Se o PT vai mesmo de candidatura própria, com o nome já lançado do deputado federal Rogério Correia, ou se apoia a reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD), em uma composição de olho nas eleições para o governo do estado em 2026, em que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pode ser o candidato de Lula. O petista ainda não veio a Minas Gerais em seu terceiro mandatos. A expectativa é que Lula venha à capital mineira para a solenidade de cessão do terreno do desativado aeroporto Carlos Prates para a Prefeitura. (Thiago Bonna)


Sorte na vida

 

Cinco anos depois de vencerem um concurso da Mega-Sena, quando levaram o prêmio principal de R$ 129 milhões, divididos em 49 cotas, os funcionários da liderança do PT na Câmara dos Deputados ganharam novamente. Desta vez, eles acertaram a quadra no sorteio da virada, mas o prêmio total foi de apenas R$ 25,5 mil. Desde a primeira premiação, o grupo segue jogando e já fez outras três quinas e cem quadras. (AM)


Anistia não

 

Segue pari e passu, e em disputa, a consulta feito pelo Senado para saber a opinião da população sobre o projeto de lei do senador Hamilton Mourão, ex-vice presidente no governo Bolsonaro, que concede anistia aos acusados e condenados pelos invasão das sede dos Poderes em 8 de janeiro passado. Meramente simbólica, a consulta travou a página de votação do Senado devido ao elevado número de acessos. Já são quase 700 mil votos, com cerca de 378 mil contrários à anistia. (AM)