Durante a conversa, Aro falou sobre a agenda do governo Zema na Ásia.

Aro (foto) acionou Azevedo na Justiça

crédito: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS

Após dias de trocas de acusações e discussões, o secretário da Casa Civil de Minas Gerais, Marcelo Aro (PP), entrou na Justiça contra o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (sem partido). A ação foi protocolada na 8ª Vara Criminal da Comarca de BH.

No documento, o qual o Estado de Minas teve acesso, Aro questiona as falas de Gabriel na reunião que discutia o processo de cassação por quebra de decoro que o presidente da Câmara responde, realizada nessa segunda-feira (6/11).

 

Durante as oitivas de testemunhas no processo de cassação do vereador e presidente da Câmara Municipal, o parlamentar denunciou um suposto esquema de corrupção comandado pelo secretário da Casa Civil, Marcelo Aro (PP). Segundo Gabriel, Aro teria tentado bloquear a aprovação da lei de subsídio para o transporte público.

O vereador alegou que o suposto esquema envolvia empresários do setor. "Pouco antes da votação em segundo turno, o secretário da Casa Civil, Marcelo Aro, e o vice-presidente da Câmara, Juliano Lopes, me pressionaram para que o projeto de subsídio às empresas de ônibus não fosse pautado. Estou relatando isso pela primeira vez. Eles exigiram que esse projeto não fosse votado porque estavam em negociação com o senhor Rubens Lessa para obter dinheiro em espécie. Caso não conseguissem, não queriam votar o projeto em segundo turno. Houve um momento de tensão entre mim, o secretário da Casa Civil e o vice-presidente, Juliano Lopes, que inclusive utilizou o termo 'panetone' para se referir a essa propina que desejavam obter dos empresários de ônibus", afirmou Gabriel.

A fala de Gabriel foi o motivo pelo qual Marcelo Aro protocolou a queixa-crime por calúnia, difamação e injúria. “Tais alegações não são acompanhadas de qualquer prova que as sustente. São meras invenções do querelado que busca quaisquer meios para divergir a atenção de seu processo de cassação oriundo de diversas denúncias, inclusive a de imputar, indevidamente, crime a ex-Secretário Municipal durante a CPI da Pampulha”, diz o documento.


Após ficar sabendo das falas do atual presidente da Câmara, nessa segunda-feira (6), Aro enviou uma nota ao Estado de Minas. Nela, o secretário da Casa Civil expressou tristeza ao ver Belo Horizonte associada a uma realidade que não corresponde à do governo estadual. Ele disse: "Estou na China, trabalhando em prol de Minas Gerais. Tanto o legislativo quanto o executivo a nível estadual têm se esforçado muito para promover o desenvolvimento do Estado, buscando investimentos e avanços sociais. É lamentável ver que em BH a realidade não seja a mesma. O poder legislativo, que tem tanto a contribuir, está se restringindo, através de seu presidente. Em vez de se dedicar à resolução dos problemas das pessoas, como estamos fazendo no estado, o presidente parece estar transformando a Câmara em um campo de batalha centrado exclusivamente nele mesmo, pensando apenas na próxima eleição".

Ainda em sua nota, Aro alegou que não responderá às acusações de Gabriel, pois é exatamente isso que ele deseja: "Fazer palco".

Em contato com a reportagem, Gabriel Azevedo disse que ainda não foi notificado oficialmente. A reportagem também entrou em contato com Marcelo Aro e aguarda retorno.