"Sismógrafo" (Macondo), de Leonardo Piana, venceu o PrêmioCidade de Belo Horizonte

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O Pensar publica semanalmente trechos dos livros dos autores mineiros que concorrem ao Prêmio São Paulo de Literatura. Depois de “Eva”, de Nara Vidal, e “João Maria Matilde”, de Marcela Dantés, é a vez de “Sismógrafo” (Macondo), de Leonardo Piana (foto), nascido em 1992 em Andradas. O livro, lançado em março de 2022, venceu o PrêmioCidade de Belo Horizonte. O trecho de “Sismógrafo” foi escolhido pelo autor.

“Eu sei que deus morou no meu retorno a Andradas, e posso renunciar enfim à história inventada pelo pai: não corei feito um diabo vermelho através do vidro da maternidade. Faço as pazes com deus, estamos quites. Eu nasci aqui, assim, e amo como posso este lugar. Deus deve querer que eu seja feliz. Através do vidro da maternidade, agora quase me lembro de chorar feito um anjo mergulhado no sangue da mãe. Um anjo que fuma cigarros, corre de vez em quando e vai com rapazes. Um anjo cheio de intimidades.”

“O livro “Sismógrafo’ surgiu de uma imagem: dois meninos, adolescentes apaixonados, flagrados no banheiro de um clube. Foi a partir dessa imagem que pensei grande parte das questões que atravessam o romance, como a aceitação da homossexualidade, a memória e o amadurecimento em uma cidade típica do interior de Minas Gerais. Nasci em Andradas, no sul do estado, e para mim era importante trazer à tona uma história que revelasse, com lirismo e uma linguagem inventiva, como jovens gays experienciam a cidade e violência – mais ou menos sutil – em um lugar como este.”

 "Sismógrafo" (Macondo), de Leonardo Piana

"Sismógrafo" (Macondo), de Leonardo Piana

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“Sismógrafo”
l De Leonardo Piana
l Macondo
l 248 páginas
l R$ 55