"E o trem azul Lô Borges partiu. 'Se eu morrer, não chore não. É só a Lua', escreveu. 'Não precisa ir muito além dessa estrada' , advertiu. 'E basta contar compasso. E basta contar consigo', aconselhou. 'Quando eu falava desses homens sórdidos', protestou. 'Você queria ser o grande herói das estradas', interpretou. 'Onde morre a trilha do meu silêncio', refletiu. 'Que navega no céu. E navega no ar. Grão de areia vagar'. Estará Lô Borges assim, em suas canções. Pra sempre.
'E lá se vai mais um dia'. 'Muito além do céu, nada a temer, nada a combinar'. Um trem de doido'. 'Frases que o vento vem às vezes me lembrar'. Canções de Lô que permanecem; 'no vento, não se cansam de voar'. Estará ele em um céu azul, azul, azul , a cor que mais tocou. 'Porque se chamava estrada'. Pra sempre. "
Fábio Moreira da Silva
Belo Horizonte