“Prezado colunista Luiz Carlos Azedo, em referência à seu comentário (16/7), ‘Mui amigo, Tarcísio larga a mão de Bolsonaro’, talvez valha para o governador de São Paulo uma pílula maquiavélica. Uma constatação talvez, mais que uma admoestação: ‘Um príncipe também é estimado quando se mostra um verdadeiro amigo e um verdadeiro inimigo, isto é, quando sem nenhum escrúpulo se revela a favor de alguém e contra outro. Tal partido é sempre mais útil que a neutralidade, uma vez que, se dois potentados vizinhos entram em guerra, ou se dá o caso de que, vencendo um deles, você tenha de temer o vencedor, ou ocorre o contrário. Em ambas as hipóteses, será sempre mais vantajoso revelar-se abertamente e combater uma boa batalha; porque, no primeiro caso, se você não tomar partido, estará sempre na mira de quem venceu, para deleite e satisfação daquele que foi derrotado; e não há razão nem coisa nenhuma que o defenda, nem ninguém que o acolha: porque quem vence não quer amigos suspeitos e que não o ajudem nas adversidades; e quem perde não o acolhe, já que você não quis pegar em armas para reverter sua fortuna’. (Maquiavel, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Lafonte. 2017).”
Fábio Moreira da Silva
Belo Horizonte