Férias coletivas, recesso escolar e confraternizações. Dezembro chegou e, com ele, uma confusão entre contas a pagar, crianças em casa, planos de viagem, ida às compras e esgotamento. Tudo ao mesmo tempo agora.


Mas é também um período em que muitas pessoas dedicam alguns dias para o repouso e o descanso – e isso é fundamental para a saúde mental. O período de férias simboliza uma pausa necessária não apenas para aliviar a fadiga física em algumas profissões, como também o estresse e o cansaço emocional.


Dados da International Stress Management Association (ISMA-BR) mostram que 72% da população brasileira sofrem alguma sequela decorrente do estresse, sendo que 32% têm a síndrome de Burnout, doença ocupacional que apresenta sintomas físicos e emocionais, e é considerada um tipo de estafa profissional, que tem se tornado cada vez mais comum, principalmente no universo corporativo.


Essa condição também pode ser agravada pelas intensas jornadas de trabalho no ambiente doméstico. Cada vez mais pessoas têm surgido com graves sintomas de ansiedade e depressão, ocasionados pela sobrecarga de tarefas e o acúmulo de funções dentro e fora de seus respectivos trabalhos, o que tem levado muitos profissionais à completa exaustão mental e física.


É importante observar que existem profissionais que apresentam uma certa dificuldade em destinar alguns dias ao descanso. A sensação de culpa e pensamentos de estar “perdendo tempo” durante o descanso existe e é comum. Levar as preocupações do trabalho para casa, trabalhar aos fins de semana ou não conseguir desligar-se de suas funções por um longo período de tempo podem causar um desequilíbrio no bem-estar, levando ao esgotamento emocional e, consequentemente, abrindo espaço para doenças ocupacionais.


Tirar férias é uma questão de necessidade. Este é o período que o corpo e a mente precisam para relaxar e recuperar as energias. Descansar é uma ação fundamental para reequilibrar o bem-estar profissional e pessoal de cada indivíduo.


Alguns passos podem ajudar, como limitar a comunicação com o escritório durante as férias caso seja impossível desconectar totalmente. Procure separar apenas uma hora específica por dia para verificar e-mails ou fazer ligações e, fora desse período, desconectar-se.


Outra dica importante é ter cuidado com o excesso de telas. Restringir o tempo em que utiliza o celular e evitar passar muito tempo nas redes sociais, mesmo que com o intuito de se divertir. Deixar o cérebro relaxar do excesso de estímulo que as telas causam diariamente.


Fato é que desacelerar a mente e entrar no “modo” férias não é tão simples assim. Mesmo porque depois de dezembro, temos janeiro e, com ele, novas contas batem à porta. É o caso do IPVA, do IPTU, e, para milhares de famílias, é também o período de compras do uniforme escolar, do material didático para os filhos, da rematrícula, e por aí vai. É quando o brasileiro tenta fazer mágica, trabalhando à noite para pagar o pão do dia seguinte. E a vida segue.