Priscilla de Arruda Camargo
Gerente de Marketing, Comunicação e Voluntariado do Instituto Jô Clemente (IJC), é também embaixadora de Marketing e Comunicação da Associação Brasileira dos Profissionais de RH (ABPRH). Desde 2014, é voluntária do Projeto Social Arrastão, no qual ministra aulas de temas relevantes relacionados com mercado digital e suas oportunidades para geração de renda


Quando discutimos a importância dos princípios ESG, estamos, sem dúvida, abordando fatores ambientais, sociais e de governança que têm impacto na saúde financeira e no desempenho de uma empresa. Esses fatores estão se tornando cada vez mais cruciais para os investidores, que consideram cuidadosamente onde alocar seus recursos, e também para atrair investimentos adicionais.

Os stakeholders, especialmente os investidores, estão demonstrando um interesse crescente em como as empresas abordam os riscos associados a questões ambientais, como as mudanças climáticas, bem como os impactos sociais, como a diversidade e inclusão, juntamente às práticas sólidas de governança corporativa. Essa tendência reflete o reconhecimento crescente de que esses elementos têm a capacidade de influenciar a capacidade de uma empresa de gerar retornos financeiros sustentáveis no longo prazo.

No contexto do marketing institucional, as missões e valores de uma empresa são, frequentemente, comunicados ao público. No entanto, quando uma empresa se envolve em ações voluntárias junto a ONGs reconhecidas, seu compromisso com o bem social é solidificado. As ações de Voluntariado Empresarial (VE) contribuem na tangibilização desses valores.

O Voluntariado Empresarial representa uma maneira excelente para as empresas demonstrarem seu compromisso com causas sociais, enquanto também colhem os benefícios do engajamento e do desenvolvimento de seus funcionários, além de contribuir em reputação. Quando as equipes têm a oportunidade de participar de atividades em programas de Voluntariado Empresarial, muitas vezes experimentam um maior senso de propósito e conexão com a empresa.

De acordo com o último censo conduzido pelo Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE), 100% das organizações participantes têm programas de voluntariado alinhados com seus negócios. O relatório revela que 70% dessas instituições afirmam que seus voluntários dedicam até 12 horas por ano a atividades de voluntariado, e que, em média, cada empresa investe cerca de R$ 1,3 milhão em programas dessa natureza.

Uma organização que promove e se envolve ativamente em ações voluntárias demonstra que sua missão não se limita apenas a buscar lucro. Ela se compromete a fazer uma diferença real no mundo, envolvendo seus colaboradores em projetos com potencial para transformar a sociedade. Essa estratégia cria um sentimento de pertencimento, transformando os colaboradores em verdadeiros embaixadores da marca.

Além disso, o Voluntariado Empresarial também pode ser uma forma eficaz de engajamento com a comunidade. A participação em eventos comunitários oferece às empresas a oportunidade de se conectar diretamente com seu entorno, compreender suas necessidades e preocupações e contribuir de maneira significativa para melhorar a região.

Atualmente, muitas empresas adotam a estratégia de "storytelling" e as ações de Voluntariado Empresarial servem como relatos genuínos do impacto positivo que uma empresa pode ter na comunidade. Essas histórias autênticas não apenas fortalecem a marca, mas também a tornam atraente para talentos em potencial que buscam envolver-se em atividades com propósito.

Em um cenário em que os consumidores estão cada vez mais preocupados com Responsabilidade Social Corporativa (RSC), o Voluntariado Empresarial e outras iniciativas no “S” do ESG desempenham um papel vital. Elas demonstram que uma empresa não está interessada somente em buscar lucros, mas também em fazer a diferença fora de seus limites corporativos. Essa combinação de lucratividade e responsabilidade social é, precisamente, o que investidores e consumidores estão procurando.