O Hamas espera que as conversas previstas para esta sexta-feira (19) na Flórida permitam deter as "violações" israelenses na Faixa de Gaza, onde vigora um frágil cessar-fogo desde outubro, anunciou um alto responsável do movimento palestino.
O enviado especial americano Steve Witkoff se reunirá em Miami com representantes do Catar, Egito e Turquia.
Israel e Hamas acusam um ao outro de violar os termos da trégua, que entrou em vigor em 10 de outubro em Gaza, onde a situação humanitária continua crítica.
"Nossa população espera que os participantes dessas conversas concordem em pôr fim aos excessos israelenses e cessar todas as violações", declarou à AFP Bassem Naim, integrante do escritório político do Hamas.
Em Washington, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse nesta sexta que "não há paz possível" em Gaza a menos que o Hamas se desarme e deixe de representar uma ameaça para Israel.
"Se o Hamas se encontrar no futuro em uma posição em que possa ameaçar ou atacar Israel, não haverá paz", afirmou Rubio a jornalistas. "Por isso, o desarmamento é tão importante", acrescentou.
Catar e Egito, que atuam como mediadores e garantidores do cessar-fogo no território palestino, pediram recentemente o prosseguimento para a próxima fase do plano do presidente americano Donald Trump.
Nela está previsto o desarmamento do Hamas, a retirada progressiva do Exército israelense de todo o território, o estabelecimento de uma autoridade de transição e a mobilização de uma força internacional.
No Cairo, o chefe da diplomacia egípcia, Badr Abdelatty, assinalou que há contatos diários com as diferentes partes para alcançar "uma rápida aplicação" dessa segunda etapa.
Até lá, a comunidade internacional deve "exercer uma pressão real" para "deter todas as violações do cessar-fogo que ocorrem diariamente", acrescentou.
O responsável do Hamas também disse esperar que as conversas de Miami "obriguem" Israel a respeitar "a entrada de ajuda" e de material para reconstruir o território palestino.
O Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas, anunciou na quinta-feira que pelo menos 395 palestinos morreram por disparos israelenses desde a entrada em vigor do cessar-fogo.
Três soldados israelenses também morreram no território nesse mesmo período.
Israel continua aguardando a entrega do último corpo de um refém morto em Gaza antes de iniciar as negociações sobre a segunda fase do acordo.
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