Uma série de reuniões organizadas pelo governo dos Estados Unidos com prefeitos, governadores e empresários colombianos em Washington provocou, nesta sexta-feira (12), uma reação crítica do presidente Gustavo Petro, que classificou tal agenda como uma interferência eleitoral.

Participantes das reuniões expressaram nas redes sociais e em entrevistas seus objetivos em Washington, em meio a uma troca de acusações entre os presidentes de ambos os países.  

"A presença de mandatários regionais nos Estados Unidos tem a ver com a decisão do governo dos Estados Unidos de se envolver nas eleições da Colômbia", denunciou Petro.  

"Assim, o presidente da Colômbia deve garantir eleições livres" em seu país, acrescentou Petro, cujo mandato termina em 2026.  

As relações bilaterais entre Washington e Bogotá se deterioraram em meio à ofensiva militar americana no Caribe, que poderia se estender por terra na região, ameaçou Trump. 

"Acho que é uma compreensão equivocada do presidente [Petro]", reagiu em entrevista à AFP Andrés Santamaría, diretor-geral da Asocapitales, que reúne as principais cidades colombianas.  

Santamaría participou, junto com cerca de 30 autoridades locais e governadores, de uma reunião no Departamento de Estado, na quinta-feira.  

O encontro foi organizado pelo governo americano, afirmou ele, e contou com a presença de do subsecretário de Estado, Christopher Landau. 

"Não houve nenhum assunto relacionado a eleições ou assuntos políticos, absolutamente nada", garantiu Santamaría.

O governador de Antioquia, Andrés Julián Rendón, publicou um vídeo no X em que anunciou que iria intervir em uma conferência na Escola Interamericana de Defesa. Esta publicação provocou a reação de Petro. 

A reunião organizada no Departamento de Estado foi inédita, nas palavras de Santamaría, visto que foi a primeira vez que o governo americano convidou atores estrangeiros a este nível diplomático.

A AFP solicitou ao Departamento de Estado uma descrição dos encontros, dos quais também participou a Câmara de Comércio americana.

"A mensagem foi que essa relação subnacional não substitui a nacional", assegurou o representante da Asocapitales, uma entidade privada. 

"O maior investidor internacional na Colômbia é os Estados Unidos", lembrou.

Questionado se haveria, posteriormente, contatos com o governo Petro ao retornar a Bogotá, Santamaría disse que, em princípio, não estava previsto. 

A embaixada colombiana não esteve presente na reunião, mas houve um encontro prévio com empresários, explicou Santamaría.

jz/dga/yr/rpr

compartilhe