O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira (9) que agora precisa falar inglês com mais frequência porque recebe muitos telefonemas "do Norte", em alusão à conversa que manteve há duas semanas com o mandatário americano Donald Trump.

Os Estados Unidos posicionaram desde agosto uma flotilha de navios e aviões de combate, à qual se juntou em novembro o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo.

Trump defende as manobras como parte de operações de combate ao tráfico de drogas, mas Maduro afirma que são apenas uma fachada para um plano para derrubá-lo. Ao longe de meses de crises, ambos se falaram por telefone, sem oferecer detalhes da conversa.

"Agora preciso falar muito em inglês porque recebo muitas ligações do Norte", brincou Maduro durante um ato com empresários transmitido em cadeia obrigatória de rádio e televisão.

"Então eu tenho que estar falando em inglês o tempo todo: Hello!, hello!, mister!, hello!, permanente, tenho que estar preparado", acrescentou Maduro.

O governante venezuelano fez esses comentários um dia antes de a líder da oposição, María Corina Machado, receber o Prêmio Nobel da Paz em uma cerimônia na qual ela é esperada em Oslo.

Trump foi o primeiro a confirmar em 30 de novembro que tinha conversado por telefone com Maduro, sem dar detalhes. "Não diria que foi bem nem mal. Foi uma ligação telefônica", disse o republicano em seu primeiro comentário público sobre o tema. Depois, acrescentou: "Disse a ele apenas algumas coisas."

Dias mais tarde, Maduro confirmou o telefonema com o líder republicano e afirmou que a conversa transcorreu em um "tom cordial e de respeito".

Washington afirma que Maduro lidera o suposto Cartel de los Soles, o qual declarou uma organização terrorista em 24 de novembro. Também aumentou em agosto a recompensa de 50 milhões de dólares (R$ 272 milhões na cotação atual) por informação que leve à sua captura.

mbj/pfg/nn/rpr

compartilhe