O grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) tomou, nesta segunda-feira (8), o maior campo petrolífero do Sudão, segundo várias fontes, durante a luta contra o exército pelo controle da região de Kordofan, rica em recursos.
Desde abril de 2023, o país africano está imerso em uma guerra entre o exército regular do general Abdel Fatah al Burhan, líder do país, e as FAR, lideradas por seu ex-braço direito, Mohamed Daglo.
"A libertação da região petrolífera de Heglig é um ponto-chave para a libertação de toda a pátria, devido à importância econômica da região", indicaram as FAR em um comunicado nesta segunda-feira.
Uma fonte do grupo informou à AFP que a base que abrigava a divisão local do exército também foi tomada.
Um engenheiro da área de Heglig, no sul de Kordofan, confirmou à AFP a informação e que a equipe "fechou o local, interrompeu a produção e evacuou os trabalhadores".
As três fontes pediram anonimato, uma vez que não estão autorizadas a falar com a mídia.
Além de Heglig, as FAR controlam importantes campos petrolíferos no oeste, explorados desde a década de 1990 pela China, antes de serem obrigados a cessar suas atividades no início da guerra.
O ex-ministro do Petróleo, Gadein Ali Obeid, descreveu a situação como um "desastre" para o Sudão.
O conflito, marcado pelas denúncias de atrocidades cometidas por ambos os lados, já deixou dezenas de milhares de mortos e obrigou milhares de pessoas a se deslocarem, mergulhando o Sudão no que a ONU classifica como a "pior crise humanitária" do mundo.
O país está agora dividido em dois: o exército controla o norte, o leste e o centro, e as FAR, com a ajuda de seus aliados, assumem grande parte do oeste e do sul.
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