Dezenas de civis, incluindo crianças, morreram na semana passada em um ataque com drones de forças paramilitares na cidade de Kalogi, no sul do Sudão, controlada pelo exército, declarou à AFP neste domingo (7) uma fonte local.
Os três bombardeios de quinta-feira nesta cidade do estado de Kordofan do Sul atingiram "primeiro uma creche, depois um hospital" e, em seguida, "pessoas que tentavam socorrer as crianças", declarou à AFP Essam al Din al Sayed, chefe da unidade administrativa de Kalogi, através de uma conexão por satélite.
Ele atribuiu o ataque às Forças de Apoio Rápido (FAR), um grupo paramilitar em guerra com o exército regular desde abril de 2023, e aos seus aliados do Movimento Popular de Libertação do Sudão-Norte, liderado por Abdelaziz al Hilu.
Segundo a agência da ONU para a infância, Unicef, o ataque matou mais de dez crianças entre cinco e sete anos, enquanto o Ministério das Relações Exteriores, alinhado ao exército, estimou o número de mortos em 79, incluindo 43 crianças.
A verificação independente das informações de Kordofan continua sendo difícil devido às restrições de acesso e à insegurança.
Após tomar a cidade de El Fasher, último reduto do exército no oeste do Sudão, no final de outubro, as FAR intensificaram sua ofensiva na região petrolífera de Kordofan.
Desde abril de 2023, o Sudão está imerso em uma guerra entre o general Abdel Fatah al Burhan, chefe do exército, e seu ex-subordinado Mohamed Hamdan Daglo, líder das FAR.
O conflito deixou dezenas de milhares de mortos, forçou o deslocamento de cerca de 12 milhões de pessoas e mergulhou o país na pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU.
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