O Bundestag, a Câmara Baixa do Parlamento alemão, deu nesta sexta-feira (5) seu aval para a manutenção do serviço militar voluntário, após um árduo debate entre os membros da coalizão sobre como reforçar um Exército com escassez de recrutas.
Os conservadores liderados pelo chanceler Friedrich Merz, membros da CDU-CSU, queriam reintroduzir uma espécie de recrutamento obrigatório aos homens, que seriam escolhidos por sorteio, mas seus parceiros de coalizão, os social-democratas do SPD, se opuseram.
Por fim, concordaram em trabalhar na implementação de um serviço militar voluntário com duração mínima de 6 meses destinado a homens de 18 anos. Para participar, será necessário passar por um exame médico e preencher um formulário sobre sua disponibilidade e vontade de servir no Exército.
As mulheres também poderão se inscrever voluntariamente.
Essas disposições serão introduzidas a partir de meados de 2027, informou o Ministério da Defesa em comunicado, desde que sejam aprovadas pela Câmara Alta do Parlamento.
A princípio, o serviço militar será voluntário, mas o dispositivo poderá ser modificado caso a situação de segurança "se deteriore" e os objetivos de efetivos do Exército não sejam alcançados, indicou o ministro da Defesa, Boris Pistorius.
O partido de extrema direita AfD, os Verdes e o partido de esquerda Die Linke votaram contra a iniciativa.
Os objetivos da Otan preveem que o Exército alemão tenha um contingente de 460.000 soldados, dos quais 260.000 estariam na ativa e 200.000 seriam reservistas.
Atualmente, as Forças Armadas contam com 182.000 militares na ativa e 49.000 reservistas.
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