O Tribunal de Apelação de Paris emitirá em 21 de maio de 2026 seu veredicto sobre o julgamento contra a Air France e a Airbus por homicídio culposo no acidente do voo Rio-Paris em 2009, informou nesta sexta-feira (28) uma fonte judicial.

O voo AF447 entre Rio de Janeiro e Paris caiu durante a noite de 1º de junho de 2009 no oceano Atlântico, poucas horas após a decolagem.

Os 216 passageiros e 12 tripulantes morreram, no que é o acidente mais letal da história das companhias aéreas francesas. A bordo viajavam pessoas de 33 nacionalidades, incluindo 72 franceses e 58 brasileiros.

As caixas-pretas confirmaram a origem do acidente: o congelamento das sondas de velocidade Pitot enquanto o avião voava em grande altitude em uma zona meteorológica turbulenta perto da linha do equador.

Em um primeiro julgamento em 2023, a Air France e a Airbus foram absolvidas. O tribunal correcional de Paris considerou que, embora tenha havido "imprudências" e "negligências", não foi possível demonstrar um "vínculo causal seguro".

O Ministério Público, que em primeira instância havia solicitado a absolvição, mudou de opinião no julgamento por apelação iniciado no final de setembro e agora pede a condenação da companhia aérea e do fabricante da aeronave.

O MP alega que a Airbus subestimou "a gravidade das falhas das sondas Pitot instaladas no avião" e que houve "uma falta de informações às tripulações das companhias operadoras".

E acusa a Air France pela "falta de treinamento relativo ao procedimento a seguir em caso de congelamento das sondas Pitot e as falhas resultantes", além da "falta de informações às tripulações sobre a detecção do congelamento" desses equipamentos.

Durante todo o processo, as duas empresas rejeitaram qualquer responsabilidade penal.

De qualquer forma, uma condenação seria em grande parte simbólica porque a Air France e a Airbus, como pessoas jurídicas, só podem receber uma multa máxima de 225 mil euros (cerca de 1,4 milhão de reais).

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