Dezenas de mulheres com câncer de mama foram tratadas com atraso ou submetidas a mastectomias desnecessárias devido às "falhas" de uma unidade do sistema de saúde pública no nordeste da Inglaterra, segundo um relatório independente. 

O informe, encomendado pela unidade do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) que atende a região de Darlington, sobre seu Serviço de Cirurgia Mamária, menciona "falhas sistêmicas e persistentes" e "práticas ultrapassadas". 

Segundo o estudo, essas deficiências incluem atrasos no diagnóstico, tumores não detectados e uma "alta taxa" de intervenções cirúrgicas, incluindo mastectomias. 

Embora o relatório seja às vezes confuso sobre o número exato de mulheres afetadas, uma investigação complementar da BBC publicada nesta sexta-feira indica que a regional está analisando casos de mais de 200 mulheres, das quais 43 declararam ter sofrido um "prejuízo substancial". 

A delegação do serviço nacional de saúde, que administra nove hospitais, apresentou na terça-feira suas desculpas "às pacientes e às suas famílias". 

Segundo investigações realizadas em 2024 e citadas pela BBC, quase metade das mulheres diagnosticadas com câncer de mama nessa unidade foram submetidas à mastectomia, enquanto a média no Reino Unido, segundo a organização beneficente Breast Cancer Now, era de apenas 27%. 

Além disso, apenas 7,5% das mastectomias realizadas nos estabelecimentos dessa regional foram seguidas de uma reconstrução mamária imediata, muito abaixo do mínimo nacional recomendado de 25%. 

Kate Driver, de 31 anos, contou à BBC que teve de esperar semanas pelo seu diagnóstico. Uma vez recebido, a equipe lhe prescreveu uma mastectomia sem reconstrução imediata. 

A paciente preferiu recorrer a uma clínica vinculada a outra regional.

adm/cat/psr/eg/jc/dd 

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