O procurador-geral do México, Alejandro Gertz, renunciou nesta quinta-feira (27) depois que a presidente Claudia Sheinbaum lhe propôs um cargo de embaixador, informou o Senado, que recebeu a carta de demissão do funcionário.

"Estou deixando meu cargo atual como procurador-geral", diz a carta, divulgada horas depois de Sheinbaum enfatizar a necessidade de "maior coordenação" entre as procuradorias federal e estaduais para combater o crime.

A carta de renúncia foi lida em uma sessão do Senado mexicano, depois que a mandatária foi perguntada em sua habitual coletiva de imprensa sobre o desempenho do procurador-geral.

"Precisamos de muito mais coordenação entre os ministérios públicos estaduais e a Procuradoria-Geral da República [PGR]", disse a presidente.

Gertz, um advogado de 86 anos com grau de doutorado, se tornou o primeiro procurador-geral independente do México em 2019, após uma reforma legal que estabelece que ele deveria permanecer no cargo até 2028.

O procurador-geral disse que Sheinbaum lhe ofereceu uma embaixada do México em um "país amigo", um cargo que lhe permitirá continuar com sua "vocação" no serviço público.

De acordo com a lei, a demissão do cargo deve ser avalizada pelo Senado, que, além disso, deverá aprovar o novo procurador-geral a partir de uma lista restrita apresentada pela Presidência.

Esta renúncia acontece em meio a versões dos meios de comunicação mexicanos sobre diferenças crescentes entre a PGR e a Presidência pelo vazamento à imprensa de assuntos sensíveis, alguns ligados a funcionários do governo.

O último atrito estaria motivado por informação difundida pela PGR sobre a investigação por tráfico de drogas e armas contra Raúl Rocha, coproprietário do Miss Universo, em meio à polêmica após o triunfo de uma mexicana no concurso.

sem/lp/cr/rpr

compartilhe