O bilionário que ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais da Guiana, Azruddin Mohamed, denunciou nesta segunda-feira (24) que o Parlamento está impedindo que ele seja declarado chefe da oposição e anunciou que vai contestar a decisão.

A Constituição da Guiana estabelece que quem fica em segundo lugar nas eleições presidenciais deve ser declarado líder da oposição.

Mohamed enfrenta, juntamente com seu pai, Nazar Mohamed, um pedido de extradição dos Estados Unidos por contrabando de ouro e fraude. Ambos foram detidos e liberados sob fiança pela Justiça guianense em 31 de outubro.

"O próximo passo será recorrer ao tribunal", disse Mohamed aos jornalistas. "Não acredito que [as autoridades] tenham a intenção" de me declarar chefe da oposição "num futuro próximo".

O opositor fez essa declaração ao sair de uma audiência judicial sobre o pedido de extradição dos Estados Unidos. A próxima audiência está marcada para 28 de novembro.

"Este caso já dura anos e vamos vencê-lo (...) Não se pode simplesmente extraditar alguém assim", acrescentou Mohamed, que também negou estar buscando ser declarado líder da oposição para evitar a extradição.

Durante a audiência, os promotores apresentaram documentos adicionais ao tribunal para respaldar o pedido de extradição.

Um de seus advogados de defesa, Roysdale Forde, rejeitou as acusações de que os Mohamed teriam vínculos com o governo venezuelano ou com o Oriente Médio, argumentando que os documentos fornecidos pelos Estados Unidos não contêm informações que sustentem tais alegações.

Apelidado de "Trump guianês" e apontado pela imprensa como um "playboy" aficionado por carros de luxo, Azruddin Mohamed, de 38 anos, surgiu na política da Guiana este ano ao se candidatar à presidência após fundar seu partido, o WIN.

Embora não tenha conseguido derrotar Irfaan Ali, reeleito presidente com 55% dos votos, Mohamed causou grande surpresa no tradicional sistema bipartidário da Guiana ao ficar em segundo lugar com 24,87% dos votos, superando o antigo líder da oposição, Aubrey Norton, que recebeu 17,79%.

Como candidato, Azruddin prometia acabar com a corrupção e sacudir as elites políticas, destacando seu sucesso financeiro. Entre suas promessas populistas, destacou a ideia de não aceitar salário caso fosse eleito presidente.

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