Essuatíni confirmou pela primeira vez nesta segunda-feira (17) que recebeu mais de 5 milhões de dólares) dos Estados Unidos em troca de aceitar dezenas de pessoas expulsas no âmbito da campanha de deportações em massa de Washington.

Este pequeno reino do sul da África acolheu 15 homens desde que o governo Trump firmou acordos, em grande parte secretos, com pelo menos cinco países africanos para que aceitassem migrantes deportados dos Estados Unidos.

Um documento revelado pela Human Rights Watch em setembro e ao qual a AFP teve acesso indica que Esuatini concordou em receber 160 deportados em troca de 5,1 milhões de dólares (R$ 26,5 milhões) para "desenvolver sua capacidade de gestão fronteiriça e migratória".

Questionado no Parlamento sobre o acordo, o ministro das Finanças, Neal Rijkenberg, confirmou que o governo havia recebido os 5,1 milhões de dólares.

"Quando perguntamos, nos disseram que era para os deportados dos Estados Unidos", afirmou, acrescentando que o ministério havia sido mantido à margem durante todo o processo.

Não ficou claro de imediato quem em Essuatíni assinou o acordo com os Estados Unidos.

Um primeiro grupo de cinco homens chegou em julho a bordo de um avião militar americano fretado, e no início de outubro um segundo grupo foi recebido.

Washington qualificou alguns deles como "monstros depravados" condenados por crimes que incluem estupro e assassinato de crianças.

Segundo seus advogados, eles estão detidos sem acusações no presídio de segurança máxima de Matsapha, conhecido por abrigar presos políticos.

Entre eles está o cubano Roberto Mosquera del Peral, que chegou a Essuatíni em julho. Na semana passada, várias fontes da prisão afirmaram que ele continuava em greve de fome, que teria iniciado em meados de outubro.

Outro dos deportados, um jamaicano de 62 anos, foi devolvido ao seu país em setembro.

Advogados e grupos da sociedade civil de Essuatíni recorreram aos tribunais para contestar a legalidade das detenções.

Anteriormente conhecido como Suazilândia, o país é a última monarquia absoluta da África. É governado pelo rei Mswati III desde 1986, e seu governo tem sido acusado de violações dos direitos humanos.

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