O novo presidente da Bolívia, Rodrigo Paz (centro-direita), afirmou nesta quinta-feira (13) que a esquerda que governou por 20 anos deixou para ele um país transformado em um "esgoto de dimensões extraordinárias".
Paz, economista de 58 anos, assumiu o poder no sábado. Durante sua campanha eleitoral, qualificou a excessiva burocracia boliviana de "estado-tranca", em alusão ao que denunciava como ineficiência, altos gastos e entraves para a atividade econômica.
"Por onde entramos, ministérios, instituições [...] encontramos, e infelizmente em proporções ou dimensões não esperadas, um esgoto, e é duro dizer isso", afirmou.
Paz falou durante um ato público no Palácio de Governo, depois de nomear uma nova diretoria para o Banco Central da Bolívia.
Os ministros José Gabriel Espinoza (Economia) e Marco Oviedo (Governo) denunciaram nos últimos dias que encontraram em seus ministérios gabinetes vazios e sem documentação.
O novo governo já anunciou auditorias em importantes empresas públicas por suspeitas de corrupção, como a Emapa, distribuidora de alimentos subsidiados, e a petrolífera YPFB, responsável pela importação de combustíveis.
"Estamos fazendo uma autópsia para que venha o novo Estado que esteja a serviço da pátria", disse Paz.
A Bolívia atravessa sua pior crise econômica em quatro décadas por falta de dólares. O governo do ex-presidente Luis Arce deixou as reservas de divisas quase esgotadas para manter uma política universal de subsídios aos combustíveis.
A inflação anualizada em outubro chegou a 19%, depois de um pico de 25% em julho.
Paz insiste em seus discursos que priorizará a meritocracia e a eficiência durante sua administração.
Entre suas principais promessas está um forte corte de "gastos supérfluos" no Estado e a redução gradual dos subsídios que, segundo ele, fomentam o contrabando e a corrupção.
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