O procurador-geral da Espanha negou ter vazado um e-mail confidencial relacionado a uma investigação contra a companheira de uma figura da oposição, uma suposta violação do sigilo judicial pela qual ele está sendo julgado em um caso sem precedentes no país.
Álvaro García Ortiz está sendo julgado no Tribunal Supremo de Justiça desde 3 de novembro, acusado de violar deliberadamente o sigilo da investigação ao revelar à imprensa um documento confidencial sobre o empresário Alberto González Amador — que em breve será julgado por fraude fiscal — com o objetivo de prejudicar a imagem de sua companheira, Isabel Díaz Ayuso, presidente de direita da região de Madri.
Sem a toga de promotor que usava desde o início do julgamento, o procurador-geral falou na tarde desta quarta-feira pela primeira vez desde o início do processo.
"Eu não vazei o e-mail", afirmou, após anunciar que não responderia às perguntas da Promotoria, a quem acusou de "conduta desleal".
Este julgamento representa mais uma prova para o primeiro-ministro, o socialista Pedro Sánchez, que foi o responsável pela nomeação de García Ortiz para o cargo em 2022.
Álvaro García Ortiz pode pegar até seis anos de prisão. O julgamento está previsto para terminar na quinta-feira (13).
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